Pular para o conteúdo principal

Quinta da Saudade : Naná Vasconcelos


Estátua de Naná Vasconcelos no Recife
Foto: Tatiana Valente/arquivo pessoal 

Segunda-feira se fosse vivo, Naná Vasconcelos teria completado 77 anos.

Nascido Juvenal de Holanda Vasconcelos em 2 de agosto no Recife, parecia ter o número 8 em seu destino. Aos oito anos de idade aprendeu a tocar bongô e maracas com o pai- mas era nos penicos e nas panelas de sua casa que treinava seu "batucar".

Oito foram as vezes em que foi eleito o melhor percussionista do mundo pela Down Beat (revista americana de jazz que numa tradução ao pé da letra significa "uma batida").  Ganhou 8 prêmios Grammy. Foi considerado uma autoridade mundial na percussão.

O músico tinha uma versatilidade que marcava sua assinatura: curioso em saber tudo de música ouvia de música erudita ao rock de Jimi Hendrix. Embora virtuoso de todos os instrumentos de percussão, na década de 1960 se especializou no berimbau.

Gravou com inúmeros nomes da MPB como Milton Nascimento, Geraldo Azevedo, Geraldo Vandré, Zeca Baleiro, Paulo Lepetiti . Também gravou com grandes artistas internacionais como BB King, David Byrne, Björk, Jon Hassel. Fez ainda a trilha do filme O Menino e o Mundo que concorreu ao Oscar de melhor animação em 2016.

Por sua genialidade musical recebeu em 2015 da Universidade Federal Rural de Pernambuco o título de Doutor Honoris Causa, sem ter cursado ensino superior. Mas sabedoria independe de faculdade: Naná fazia poesias e composições cheias de metáforas como uma de minhas favoritas em parceria com Itamar Assumpção.

Próxima Encarnação

Na próxima encarnação
Não quero saber de barra
Replay de formiga não
Eu quero nascer cigarra
Nascer Tom Zé, Jamelão
Cantar, Violeta Parra
Zé Kéti, Duke Ellington
Com banda, orquestra e fanfarra

Mas um dia após 8 de março de 2016 um câncer de pulmão nos levou levou Naná Vasconcelos. Minha saudade hoje vai buscar " Batuque nas águas" quando o super percussionista fez do mar que tanto me encanta um instrumento de percussão.

Que seja eterna sua música Naná! 

Evoé!





Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Djavan e Eles

Pétala - dia de celebrar o cantor e compositor muso deste blog e de muitos outros poetas e escritores Foto: Tati Valente Dia de Djavanear o que há de bom. Os leitores do Falando em Sol já estão cansados de saber o apreço que tenho pela obra do alagoano Djavan Caetano Vianna, e que todo ano, esta data aqui é celebrada em forma de palavras. O que posso fazer, se Djavan "invade e fim"? Para comemorar seu 76º aniversário, selecionei cinco momentos em que ele dividiu cena com outros nomes da música popular brasileira. O resultado: um oceano de beleza. Tudo começou aqui. Este foi o meu primeiro contato com Djavan e tenho a certeza que de toda uma geração que nasceu nos anos 1980. Ele é Superfantástico! Edgard Poças...obrigada por isso... Azul é linda, amo ouvir e cantar até cansar...  Com Gal e Djavan então...o céu não perde o azul nunca... Esse vídeo foi em um Som Brasil, no ano de 1994. Desculpem, posso até parecer monotemática, mas Amor de Índio é linda. Mais linda ainda com est...

Bituca é Nosso!

Cara Academia do Grammy. Fica aqui nossa indignação pela forma como nosso Milton Nascimento foi recebido no evento de ontem. Sem mais, Tatiana Valente, editora responsável pelo Falando Em Sol.  

Centenário Inezita Barroso

  Centenário - pesquisadora de nossa cultura popular, Inezita reunia gerações em seu programa exibido todos os domingos pela TV Cultura Foto: Reprodução Itaú Cultural Ontem, dia 4 de março, foi celebrado o centenário de uma mulher, que enquanto esteve aqui, neste plano, viveu por e para a música brasileira: Inezita Barroso. Conhecida como  a "D ama da Música Caipira", por trinta anos  abriu as portas de seu programa Viola, Minha Viola, exibido pela TV Cultura, para receber artistas da velha e nova geração.  Nascida Ignez Madalena Aranha de Lima no ano de 1925 na cidade de São Paulo adotou o sobrenome Barroso do marido. Foi atriz, bibliotecária, cantora, folclorista, apresentadora de rádio e TV.  Segundo a neta, Paula Maia publicou em seu Instagram, foi uma das primeiras mulheres a tirar carteira de habilitação e viajou por todo país para registrar músicas do folclore brasileiro.  Recebeu da Universidade de Lisboa o título de honoris causa em folclore e art...