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Mostrando postagens de outubro, 2021

Nelson e eu...

Eu, brincando de ser Sereia de Nelson Motta... Foto: arquivo pessoal Complicado escrever sobre quem a gente ama ler.  Sou leitora dele desde quando comecei a acompanhar a carreira de Lulu Santos, afinal sabia que ele era o responsável pelas letras de muitas das músicas que eu amava e pensava: que homem é esse? Ainda adolescente me apaixonava pela sensibilidade de Nelson Motta. Quem seria capaz de escrever coisas como " diz que não aguenta viver ignorando um querer que é maior que o corpo e a vontade?" Ou brincar com o paradoxo e se declarando dizendo " eu te amo calado como quem ouve uma sinfonia, de silêncio e de luz..." Como não se encantar por esses versos? Ano passado num tom de desabafo em entrevista  para a também poetisa Bruna Lombardi, Motta declarou que as pessoas não costumam saber quem escreve as músicas, miram apenas no artista.  Eu sei quem ele é. Sempre fui curiosa e  passei a buscar mais sobre a obra do jornalista que na época tinha uma coluna no  O E

Quinta da Saudade: "Sonhos não envelhecem..."

Há um ano eu começava a escrever esta história... "Eu não aguento mais. Estou cansada. Tô juntando dinheiro pra comprar um carro, não aguento mais ir dar aula a pé, na chuva, no sol. Vou gastar parte desta grana no livro, não temos patrocínio. Nem sei o que vou fazer da vida quando terminar a faculdade ", desabafei para Marco num fim de tarde na beira do Paranoá. " Cara, você é muito nova. Tá começando ainda. Tinha que escrever sobre música. É o que você gosta de fazer, sabe fazer!", me respondeu como sempre me incentivando. " Ah tá bom. Tanta gente escreve sobre música. Quem vai me ler?", perguntei duvidando de um sonho que ele sabia que eu tinha. "Eu vou ler", afirmou com seu  jeito marrento e me arrancando gargalhadas. Sim de fato. Ele lia meus textos desde quando ainda era uma menina estudante de Letras e esporadicamente redigia para meu blog pessoal . Quando fiz a primeira crítica sobre um compositor de Mogi foi para ele que mandei: trabalha

Espaço Cultural Casa de Cabocla promove Mostra Virtual

  A gestora do Canto de Cabocla Sandra Vianna abriu a Mostra Cultural apresentando sua música autoral "Iru" Uma semana de atividades culturais, artísticas, ambientais. É o que propõe a ‘Mostra Cultural Canto de Cabocla’, realizada de modo online que começou nesta segunda, dia 25 e vai até o dia  31 de outubro (domingo). Gratuito e aberto à participação de pessoas de todas as idades, o evento tem o apoio da Prefeitura de Mogi das Cruzes, por meio do  Programa de Fomento à Arte e Cultura de Mogi das Cruzes (Profac). Serão sete ações, uma para cada dia de programação, sempre às 20 horas, sempre pelo  YouTube . Quem abre a agenda é a cantora e gestora do Canto de Cabocla, Sandra Vianna. Na segunda-feira, dia 25, ela apresentará a canção "Iru", uma das autorais que poderá, em breve, ser ouvida no disco "Vida Fluída", que será gravado pelo Estúdio Municipal de Áudio e Música (Emam). Na sequência, na terça-feira dia 26, Alissa Vianna conduzirá o ensaio aberto ‘C’

Dia de Celebrar nosso Bituca !

 Bituca... Apelido que Milton Nascimento ganhou ainda na infância pois quando contrariado fazia  com os lábios um bico parecido com os dos índios botocudos.  Foi também nesta época que teve seu primeiro contato com o universo musical : Lília, sua mãe de adoção, coração e alma era professora de música e o pai Josino dono de uma estação de rádio. Milton começou carreira cantando nos "bailes da vida" na companhia de Wagner Tiso no conjunto "W's Boys". Daí por diante as composições foram aumentando até ser gravado por Elis Regina (sua grande amiga e musa). Em Belo Horizonte, local onde morava conheceu os irmãos Lô, Marilton e Márcio Borges e numa esquina do bairro de Santa Tereza se formou o conhecido Clube da Esquina.  Para mim e para muitos fãs destes artistas mineiros o LP  Clube da Esquina é  dos álbuns mais importantes da História da Música Popular Brasileira. Segundo a versão brasileira da revista Rolling Stone é o sétimo melhor disco brasileiro de todos os te

Quinta da Saudade: eu fui uma baixinha feliz...

Eu, não tão "baixinha" nas minhas apresentações escolare s Foto: arquivo pessoal Quando era criança amava cantar e dançar. Era figurinha fácil em cima dos palcos na escola. Como já contei logo no início do blog o Balão Mágico fazia a trilha sonora da minha infância, e todos os dias pela manhã acompanhava a turma na Rede Globo.  Na TV Manchete uma apresentadora chamava atenção : a ex- modelo Xuxa Meneghel apresentava com Patrícia e Luciano ( integrantes do Trem da Alegria) mais o palhaço Carequinha o programa Clube da Criança. Xuxa era linda. Parecia uma fada e nós crianças nos identificávamos com ela. Não demorou para que a Globo a contratasse para apresentar todas as manhãs o "Xou da Xuxa"... Ela chegava como uma majestade em sua nave, na maior parte das vezes de botas e cabelos presos como os que nós meninas usávamos.  A manhã já começava com o bom dia da Xuxa: " Bom dia amiguinhos já estou aqui..."(cantou junto, né?) Na escola perguntávamos uns para os

Dia do Poeta: vamos celebrar Vinícius.

  Hoje é comemorado o Dia do Poeta.  Trago aqui quase  que diariamente poetas que fizeram a trilha sonora da minha vida mas hoje quero lembrar de um que ontem completaria 106 anos se estivesse vivo:  Vinícius de Moraes. O compositor, poeta, jornalista, diplomata, cantor e dramaturgo ganhou de Tom Jobim o apelido carinhoso de "Poetinha". Era um grande conquistador e a prova disso é que se casou por nove vezes. E não é que teve uma Tati em sua vida? Mas era o apelido de Beatriz Azevedo de Melo, a primeira esposa e  uma de suas inúmeras musas.  Me lembro da primeira vez que um poema de Vinícius me chamou a atenção: o "Poema Enjoadinho" abria o capítulo de reprodução humana. " Filhos melhor não tê-los "- ficou ecoando em minha cabeça... Mas na verdade o poeta já me acompanhava desde a primeira infância com sua casa muito engraçada que não tinha teto e não tinha nada... Hoje quero trazer 5 músicas de Vinícius para celebrar seu aniversário que foi ontem e o dia

Abrindo o Baú : Mara Maravilha

"Todo mundo diz que eu sou e eu sou sapeca Que eu sou levada da breca Eu pulo, eu rodo Não paro de brincar, cá, cá, cá Também gosto de namorar Não dou bola pra casar Como na terra do nunca Eu vou, eu vou, eu vou sempre ser criança..." (Aroldo Macedo- Dodô/ Maria Vasco) A TVS (como se chamava o SBT) além do Bozo tinha uma apresentadora infantil. Ela era mais modesta, chegava em seu programa no "comando de um trenzinho genial", como cantava Baby Consuelo. Eliemary Silva da Silveira ou Mara Maravilha era a dona das tardes do canal de Silvio Santos. A baiana era super animada: cantava, dançava e apresentava os desenhos que eu amava. Ir pra escola era triste demais, eu perdia as histórias da princesa Sara e do Cavalo de Fogo. Mas nas férias, feriados, ou quando estava doente conseguia assistir ao infantil. Quando peguei catapora de minha irmã (não desgrudei dela com este propósito rs) acompanhei o programa por quase 10 dias seguidos me coçando toda  e cheirando a talco m

Dia MPB : Top 10 para celebrar

  Você sabia que hoje é comemorado o dia da Música Popular Brasileira?  A data foi escolhida para homenagear  Chiquinha Gonzaga, a primeira maestrina brasileira, nascida em 17 de outubro de 1847 (contei a belíssima história de vida dela  aqui ).  O gênero só recebeu o nome de MPB em meados de 1960,  com a segunda geração da bossa nova. Na verdade foi a fusão de dois movimentos musicais que buscavam unir a sofisticação na música e a  autenticidade do folclore nacional.  O contexto histórico era de luta (períodos nebulosos impostos pela ditadura) e os artistas se uniram para formar uma frente cultural contra o regime militar e MPB foi a sigla da bandeira que levantaram. Para celebrar a data escolhi 10 músicas da MPB que são  meus xodós... Travessia é para mim uma das músicas mais lindas da MPB. De Milton Nascimento e Fernando Brant é de arrepiar e me faz chorar de soluçar... Alegria, alegria de Caetano Veloso é a personificação do movimento contra o regime militar ... "Eu vou, por q

Festival " A Canção" será exibido a partir do dia 23 de outubro no YouTube

Palco do Festival " A Canção" revelará novos talentos do Vale do Paraíba Foto: Divulgação Festival/ Janaína Lacerda O reality online  Festival “A Canção”, revelará o compositor anônimo mais  famoso do Vale do Paraíba. Com mais de 200 canções inscritas, o evento tem como objetivo lançarcompositores anônimos e  promover ações solidárias. A  competição visa ainda  escolher a mais bela canção composta por pessoas do cotidiano, anônimos, afim de valorizar a figura do compositor, mostrar a diversidade e riqueza musical do  Vale do Paraíba, assim como mostrar ao público as fases do processo de produção musical em  um show que será  transmitido pela internet no formato de live , com júri técnico e votação do grande público.  O Festival "A Canção" foi idealizado por Cristiane Porto, agente de cultura, com realização do Estúdio Pio e CP Arts e o apoio do   Ministério do Turismo, Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo intermediado pela Lei Emergencial

Quinta da Saudade : 25 anos sem Renato Russo

Foto: Tatiana Valente Dia desses passou pelo feed do meu Instagram o seguinte pensamento : " O ser humano é estranho. Briga com os vivos e dá flores para os mortos".  É verdade. Mesmo com todo o horror que a pandemia trouxe parece que não aprendemos ainda a lição. A partir do momento que a pessoa não está mais em nossas vidas sentimos saudades e passamos a enxergá-la com outros olhos. Todo mundo vira bom quando parte deste plano. Não vou mentir. Assim foi com Renato Russo. Não que brigasse com ele, ou com sua obra: comecei a ouvir na adolescência nas minhas férias em Taubaté pois minhas primas eram muito fãs da Legião Urbana. Mas até aí nunca tinha parado para entender toda a genialidade de Renato Manfredini Junior, que com Dado Villalobos, Renato Rocha e Marcelo Bonfá formou a banda que fez músicas que falavam sobre amor, faziam críticas sociais e provocavam inúmeras reflexões. No fim de 1995, Renato lançou o CD Solo Equilíbrio Distante, um álbum todo em italiano, origem de

Abrindo o Baú: Topo Gigio e ZyB Bom

Quem é da década de 80 com toda certeza se apaixonou pelo boneco italiano Topo Gigio que tinha um programa exibido pela TV Bandeirantes em 1983. No " Boa Noite Amiguinhos" era dublado pelo ator italiano Pepino Mazzullo.  S aiu do ar por ter índices baixos de audiência, mas teve um retorno em 1987 . Nele o rato fofíssimo contracenava com Ricardo Petaglia (o Dick Pedra) e dublado por Cassiano Ricardo . Mais tarde por Laert Sarrumor ( da banda Língua de Trapo). O personagem chegou muito antes na TV brasileira . Em 1969 foi sucesso  contracenando com o humorista Agildo Ribeiro.  A Rede Globo tentou trazê-lo de volta mas infelizmente o preço cobrado pelos direitos autorais do bichinho italiano era muito alto. Quem aqui se lembra da música tema de "Topo Gigio que acabou de chegar?" A TV Bandeirantes também exibiu um programa que era um de meus xodós: ZYB BOM. Dirigido por Augusto César Vanucci e com produção musical de Daltony Nóbrega trazia os apresentadores mirins : Ra

Abrindo o baú: Eu já fui amiguinha da turma do Bozo...

Mês da criança vou "abrir meu baú" e mostrar a vocês músicas que fizeram parte da trilha de minha infância. Carrego TV nas iniciais de meu nome.  Desde pequena era doida pelos programas infantis. Quinta passada falei do Bambalalão, exibido pela TV Cultura e que tive a alegria de participar. Mas eu queria mesmo era participar do programa do Bozo. Era doida pela trupe toda : Bozolina, Vovó Mafalda e o Papai Papudo que tinha um relógio que só marcava "cinco e sessenta". Por mais que soubesse que o palhaço era interpretado por atores ( Luís Ricardo, Wandeko Pipoca, Arlindo Barreto, Décio Roberto, Ed Banana, Jean Santos e Chatrles Myara) ficava encantada por toda magia e alegria que ele promovia. Na época do Natal, ele se dizia amigo do Papai Noel ( e ator do shopping Center Norte tinha mesmo cara de bom velhinho), lia as cartas das crianças e distribuía os presentes. Ainda pequena, tive a sorte de ser presenteada com um LP autografado pelo próprio Bozo (uma passagem de

Nayara Portela lança Indireta dia 15 de outubro

                  Nayara Portela lança single Indireta dia 15 de outubro Foto : Itamar de Souza                                     Grande revelação da cena de música brasileira independente atual, a cantora, pianista e compositora goiana, radicada em Brasília, Nayara Portela lança no dia 15 de outubro, em todas as plataformas digitais, sua mais nova música de trabalho, o single “Indireta”.   O novo projeto tem como inspiração as experiências da artista com relacionamentos tóxicos. Nayara é dona de uma voz doce e com mais de cinco anos de carreira, possui um trabalho versátil e cheio de autenticidade, que passeia por 6 álbuns e 7 singles já lançados em uma frenética produção. Nos últimos anos, têm se destacado com um som mais pop contemporâneo que dialoga com o trabalho de grandes artistas da cena atual como Duda Beat, Letrux, Clarice Falcão, Céu, Ana Vitória e Tiago Iorc.  Seu trabalho musical engloba desde a bossa nova, samba, xote, axé ao pop com batidas eletrônicas. Dessa vez, em “

Valadares Jazz Festival está de volta!

  Hamilton de Hollanda é uma das atrações do Valadares Jazz Festival Foto: Livia Sá O Valadares Jazz Festival, evento de música instrumental e jazz mais tradicional do leste de Minas Gerais, chega a sua 21ª esbanjando vigor e energia, e com excelência, levando ao público o melhor do jazz estadunidense e da música instrumental brasileira. O evento é apoiado pela Lei de Incentivo à Cultura e tem patrocínio exclusivo da rede Atacadão. Esta edição do festival deveria ter sido realizada em julho de 2020, mas em função da pandemia do novo coronavírus, foi transferida para 2021.  O festival, que fez sua primeira edição em 1999, chega aos 22 anos celebrando a persistência de seu idealizador, o jornalista e produtor cultural Alpiniano Silva Filho (Tim Filho), e o sucesso obtido ao longo de todos esses anos. Os shows serão realizados na Praça dos Pioneiros, área central de Governador Valadares, com a devida permissão da Comissão de Monitoramento da Violência em Eventos Esportivos e Culturais (CO

Quinta da Saudade : Bambalalão

  Os apresentadores do programa exibido pela TV Cultura. Foto: LP/arquivo pessoal Mês da criança eu vou voltar no tempo... A TV Cultura exibiu de 1977 a 1990 o programa infantil Bambalalão que tinha entre seus diretores Antonio Abujamra e  era apresentado por Silvana Teixeira e por Gigi Anheli - "Gigi, Gigi, Gigi..." O cenário era de um circo, e como não podia faltar tinha dentre os personagens os palhaços Perereca, Pam-Pam e Tic-Tac  (vivido por Marilam Salles). O infantil tinha competições e quadros com teatros de fantoches, brincadeiras, narração e encenação de contos que terminavam com " Esta história entrou por uma porta e saiu pela outra. Quem souber, que conte outra". Alunos de pré-escola e de ensino fundamental costumavam participar das gravações de Bambalalão que aconteciam no teatro da TV Cultura. A escola onde minha irmã estudava fez duas excursões para lá e claro eu fui. Da primeira vez participei de um coro de crianças com o Professor no violão. Da segu

Terça da Leitura : Rio Noir (Tony Bellotto et al)

  Foto: Tatiana Valente/ Arquivo Pessoal Para a nossa terça da leitura de hoje escolhi um "noir"-  associado a temas policiais, com um fundo de mistério. Vou indicar para vocês Rio Noir, uma coletânea de contos organizados por Tony Bellotto ( sim, dos Titãs) que mostram um Rio de Janeiro bem diferente do que vemos nas novelas:" uma cidade que se descortina no livro que o leitor tem em mãos é um outro Rio", é como descreve Tony. São 14 contos escritos por  Alfredo Luiz Garcia-Roza, MV Bill, Luiz Eduardo Soares, Guilherme Fiuza, Arthur Dapieve, Victoria Saramago, Arnaldo Bloch, Adriana Lisboa, Tony Bellotto, Alexandre Fraga, Marcelo Ferroni, Flávio Carneiro, Raphael Montes e Luis Fernando Verissimo. Cada um deles apresenta sua versão do Rio de Janeiro reunindo personagens diversos : das socialites aos tiroteios e disputas entre facções criminosas. É daqueles livros que te prendem e aguçam a curiosidade. Sinistro como todo noir. O livro foi lançado em 2014 pela editora

Todo dia é dia de Zé Ramalho

 Ontem foi aniversário de José Ramalho Neto, nosso querido Zé Ramalho. Nascido em Brejo do Cruz na Paraíba filho de uma professora e de um seresteiro que infelizmente faleceu  quando o menino tinha apenas 2 anos. Zé foi criado pelo avô ( daí a origem de Avohai)  e chegou a cursar Medicina na Universidade Federal da Paraíba. Tendo com influência  Bob Dylan, Beatles, Rolling Stones , Pink Floyd e os ídolos da Jovem Guarda antes de começar a compor escrevia versos de cordel. Desde pequena ouço Zé Ramalho. Na adolescência fui pela primeira vez em um show dele numa casa noturna em Mogi das Cruzes chamada OVINI. Zé surgiu no palco e empolgado soltou com sua voz de trovão :" Boa noite Mogi Mirim!" A plateia (eu chorava de rir) soltou um " ê...." ( de desapontamento). Sem deixar a peteca cair o cantor replicou " É claro que é das Cruzes...".  Foram gritos e aplausos... Nos shows seguintes (que também fui)  Zé brincava: "Boa Noite Mogi... é claro que é das Cru