Falando em Sol

Evinha em 2019 ao lançar CD em homenagem à Guilherme Arantes Foto: Divulgaçã o Fui eu quem escolhi o nome de minha segunda irmã: Luciana. Não era bem Luciana que eu queria mas foi a opção que encontrei contei com o apoio de meu pai e entramos em acordo com minha mãe. E por sorte dela o nome que tem como significado luminosa ou cheia de graça tem uma música tão linda quanto : Cantiga por Luciana, uma composição de Paulinho Tapajós e Edmundo Souto, que venceu o 4° Festival da Canção em 1969, interpretada por Eva Correia José Maria, a Evinha. Junto dos irmãos Regina e Mário participou de 1961 até 1967 do Trio Esperança que fez sucessos da Jovem Guarda como "Festa do Bolinha", "Filme Triste" e "Gasparzinho",  (aquelas que a gente adora cantar quando é criança, digo "eu" que sou da década de 80 e ouvi muito rs). Mas logo após defender Cantiga por Luciana no Festival, a cantora seguiu carreira solo e emplacou sucessos como Teletema (Antônio Adolfo e Ti

                                              O compositor  Miltinho Edilberto                                               Foto : Cifra Club       Dia desses recebi de meu primo no What's app um vídeo de um violeiro no programa Sr Brasil do Rolando Boldrin. Foi quando me empolguei: a transcrição trazia o nome: Miltinho Edilberto. No vídeo ele contava um causo, sobre uma peleja do bem contra o mal. Mas minha alegria maior foi perceber que já conheço a obra de Miltinho há uns 20 anos, quando conheci a Banda Bicho de Pé. O grupo de forró liderado por Janayna Pereira lançou em 2001 o CD Com o Pé Nas Nuvens, e ouvi "Nosso Xote", composição da cantora numa rádio e fiquei doida atrás do álbum mas não encontrava em nenhuma loja.  Uma amiga carioca a quem carinhosamente chamo de Bixcoito foi passar as férias no Rio ao passar em frente a uma loja e ouvir a música (de tanto que eu cantava) entrou e me trouxe de presente. E foi pela ficha técnica que soube da participação do Trio V

         Um projeto composto por músicas autorais com influências de rock progressivo, fusion,  MPB, world music, folk e outros estilos. Esta é a proposta do Projeto Caleidoscópio formado pelo casal de músicos cariocas Analu Paredes e Arthur Nogueira. A escolha do nome Caleidoscópio vem da ideia de que cada faixa do CD tenha a participação de músicos variados trazendo luzes, formas, cores e matizes diferentes para cada canção. É como se os diferentes arranjos formassem sonoramente as imagens de um perfeito Caleidoscópio. No primeiro CD O Sete tiveram a participação de Marcus Viana e de Annie Haslan da banda inglesa Renaissance. Já em Carrossel, tiveram a participação de artistas como Flávio Venturini, Jane Duboc, Toninho Horta, Guilherme Arantes, Egberto Gismonti e Hermeto Pascoal.  O Projeto que existe há 22 anos e para março Analu e Arthur preparam o terceiro álbum em formato de single que mostrarei para vocês aqui no Falando em Sol. Hoje quero dividir com vocês " Sete Véus"

Dar aula para o terceiro ano do Ensino Médio é um desafio imenso:  uma fase em que os adolescentes na sua grande maioria se sentem pressionados pelo vestibular e pela escolha de uma profissão que "teoricamente" devem levar para o resto da vida. Eu aos dezessete anos só sabia que gostava muito de música, de livros, de escrever, de falar e de inglês. Sabia que meu rumo estava na área de humanas porque matemática nunca foi fácil para mim. Biológicas tinha só um empecilho: meu pânico ao ver sangue. Meu rumo estava quase que decidido : iria para o curso de Letras, onde teria minha licenciatura e poderia aprender mais sobre os autores que já faziam parte de minha vida.  Sempre gostei muito das aulas de História: para entender literatura é importante saber sobre o contexto histórico da obra, quais os acontecimentos determinantes na sociedade da época.  Tive ótimos professores de História no Fundamental, no Médio e na Faculdade mas um do terceiro ano dividia comigo um amor: a música.

 A pianista e Compositora Juliana Cardoso Rodrigues lança hoje o segundo single do álbum "Vive". A primeira faixa foi lançada em 29 de janeiro e é o segundo álbum da pianista. Segundo ela, "Vive" é um álbum diverso, experimental, provocativo que mistura o  universal o brasileiro com o erudito, Assim como seu álbum de de estreia - “Mnemosine” lançado em 2017 ,"Vive" traz um trio muito entrosado que realmente dá vida às composições com um repertório de levadas, fraseados e improvisos coletivos desenvolvidos em conjunto, fugindo de uma sonoridade padrão. Dessa vez Juliana divide a autoria das composições com seus companheiros. “Quatro Por Meia Dúzia” e “Afro BA” são composições do baterista Abner Paul.  João Benjamin, baixista, assina a autoria de “Pro João”, dedicada à seu filho. Ousada, Juliana arrisca na instrumentação e concepção das músicas do disco.   “Sol” é um solo do baterista Abner em que além da bateria ele toca também "kalimba" ou "

 Ontem acompanhei pelo Instagram a live " Criando Canções" feita todas as quartas pelo músico Paulo Henrique PH na qual ele apresenta seus alunos do curso virtual. Ali conheci a jovem e talentosa Gisely Andrade que compôs uma canção à beira mar inspirada na cultura celta. Segundo a compositora, é a visão feminina como numa carta na espera de alguém que está para  chegar. De imediato me lembrei das cantigas de amigo  que estudei em Literatura Portuguesa. Eram canções com eu-lírico feminino - muito embora compostas por homens, e falavam sobre amor, bem querer e amizade típicas do Período do Trovadorismo. Fui longe ao ouvir a menina com seu ukulele, me transportei para Portugal de onde vieram os fados, que em 2011 se tornaram Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco.  O estilo musical é marcado por uma única voz acompanhada de uma guitarra comum e de uma guitarra portuguesa e provavelmente surgiu antes de 1800. Eram canções entoadas nas noites de Lisboa por boêmi

O amor pela música causou a união de dois compositores : o mogiano Humberto Lyra e o paulistano Luiz Pissutto dando origem a um projeto chamado A Banda Que Nunca Existiu (ABQNE) .  Humberto trabalhava numa empresa  como motorista e entregador e ao dar uma carona para a mãe de Luiz (que era sua colega de trabalho) descobriu que o ainda adolescente era fã como ele da banda Engenheiros do Hawaii.  Quando Lyra e Pissutto  se encontraram a conexão foi imediata: se reconheceram pelos gostos musicais e então começaram a fazer sessões de audições e papos sobre música. Um dia a dupla resolveu compor algumas canções e  desses encontros realizaram inúmeros shows particulares. A mãe de Luiz numa brincadeira disse que eles eram a banda que tocava para ninguém, daí os  batizou com o nome " A Banda Que Nunca Existiu". A banda que começou em 1994 e foi registrada em 2014 lançou o primeiro single em 2020, que contou com a participação de nomes como como Augusto Licks, Pedro Mariano, André Abu

 Segunda de Carnaval. Sem Carnaval... Há alguns anos não pulo Carnaval, a última vez que fui na avenida em Mogi das  passei um episódio nada agradável na companhia de minha irmã e de meus amigos que estavam cobrindo o desfile : aconteceu no meio da festa um tiroteio fato que me deixou um tanto traumatizada. Mas não deixo de acompanhar as festas pela TV e mesmo de torcer pelas minhas escolas de samba favoritas : Mangueira no Rio, São João em Mogi ( coincidentemente verde e rosa) e Gaviões da Fiel em Sampa.  Ou em família celebramos o aniversário de minha irmã (que nasceu em pleno feriado) com alguma festa à fantasia. Mas meus meninos participam do evento no Colégio e adoro arrumá-los e colocar na mochila as serpentinas e os confetes. É uma festa tradicional brasileira, que ocorre antes da Quaresma e que na sua etimologia teria origem no latim, carne vale , ou "despedida da carne", uma preparação para o período de jejum que os dias seguintes exigem. Para mim sempre foi uma gran

  Foto: arquivo pessoal  Hoje na quinta da saudade quero lembrar dos Carnavais de minha infância em Mogi das Cruzes. Morava na rua do União Futebol Clube, então era figurinha carimbada em todas as matinês.  Minha fantasia era na maioria das vezes a de melindrosa, como nesta foto tirada em 1984. Sempre acompanhada pelos meus pais e tias ia munida de confetes e serpentinas e "pulava" todas as músicas que sabia de cor.  Ano passado, minha irmã ao preparar uma festa para seus pacientes de terceira idade me pediu que fizesse uma lista das marchinhas que eu me lembrava e logo fui buscá-las no meu arquivo musical afetivo -  aquelas que eu dançava até a banda parar de tocar no Clube. Dentre elas : Festa do Interior; Taí; Ô abre-alas; Mamãe eu quero; Aurora; Cabeleira do Zezé; Cachaça não é água; Acorda Maria Bonita; Máscara Negra; A Bruxa vem aí; A pipa do vovô; Sassaricando; Vassourinha; Marcha da Cueca; Me dá um dinheiro aí e por aí... Numa das matinês tocaram músicas infantis, e c

Ceumar e Caco Pontes  Foto: Divulgação  A canção O Salto" foi feita por Ceumar em março de 2020, no início da quarentena, devido à pandemia de Covid-19 e a chegada do vírus ao Brasil. Todas as perguntas estavam no ar e também a busca por respostas.  No mesmo período, a cantora e compositora enviou o primeiro registro ao poeta Caco Pontes, convidando-o a colaborar na criação, que culminou na elaboração de um poema de sua autoria em diálogo com a abordagem temática da composição. Após diversas tentativas de produção caseira audiovisual à distância para materializar o projeto (Ceumar no interior de Minas Gerais e Caco em São Paulo/capital), sem alcançar resultados satisfatórios para ambos, mediante o desafio em encontrar a linguagem desejada na expressão conceitual do objeto estético, foi apresentado o registro em áudio para a fotógrafa e videomaker Manoela Rabinovitch, que se identificou fortemente com a proposta e sugeriu a realização de um videoclipe

 O I Prêmio Hist[oria da Música Mogiana que aconteceu dia 29 de janeiro será exibido amanhã pelo You Tube no canal História da Música Mogiana. Foram 11 os contemplados no evento que além de premiar com uma escultura feita pelo artista plástico Maurício Chaer deu um incentivo financeiro para os participantes. Para a realização do prêmio foram utilizados recursos da Lei Emergencial Aldir Blanc n° 14.017/2020. Trago hoje o uma conversa super legal que Paulo Betzler ( responsável pela realização do evento) teve com o músico Waldir Vera.  Aproveitem para se inscreverem no Canal e conferir o que rolou na premiação!

" ...meu coração,  não sei por que..bate feliz, quando te vê..." (Pixinguinha/ João de Barro) Foto: arquivo pessoal Maria Iracema Nunes de Camargo Em nossa família esta música tornou-se uma oração. Simples assim. Por toda a vida, meu pai nos falava que a diferença entre uma casa com  família feliz, e outra não, era o som da música que ela emanava... Meu pai chegava e colocava música em casa...diariamente. Tirava minha mãe para dançar, enquanto ela cozinhava ou mesmo quando ela estava distraída em seus afazeres domésticos. Apertava ela em seus braços e os sorrisos se abriam! E bailavam seus boleros! Ele falava, e hoje tenho conhecimento cientifico, que a música tem poder transformador! Transforma os ambientes, e tudo o que ele abriga. É fato, que toda nossa vida possui uma trilha musical, independente daqueles que não possuem a disponibilidade para tal atenção . A música têm o poder de nos transportar pelo tempo, pelos espaços,  nos desperta prazeres, cheiros, aconchego ou tam

Fotos: arquivo Lelo Mello " Meu sonho sempre foi tocar num conjunto. De pop, samba, balanço e soul ( rock and roll). Falar bobagem sobre qualquer assunto e fazer música como quem marca um gol..." Assim diz Boca a Boca de Lulu Santos, uma canção lançada no álbum Anticiclone Tropical que conta em forma de música  os desafios que os músicos enfrentam ao decidir formar uma banda: a formação do público, as críticas, a dureza das estradas ( sim porque nós os vemos iluminados no palco porém a realidade é bem diferente). Fora os desafios financeiros : os custos de uma apresentação são altos e o dinheiro recebido em um show é dividido entre todos os profissionais envolvidos (muitas vezes mais de 30/40 pessoas). Completar 20 anos de banda é motivo suficiente pra se comemorar. E muito. Ainda mais de uma banda que conheço desde o início. No começo dos anos 2000, em Mogi das Cruzes era comum procurar saber onde estaria a Band It! para que pudéssemos prestigiar e eles marcaram muitos mome

 Não escrevi errado não. É Xicotinho com X mesmo.  Me desculpem meninas do sertanejo atual, mas elas foram minhas referências de sertanejo feminino logo no começo dos anos 90. As vi na TV e achei muito divertidas . Vestidas à caráter cantavam uma versão adaptada no feminino da canção de Lindomar Castilho/ Ronaldo Adriano " Você é Doida demais" para o "Doida demais" " eu já tô doida demais".  Eu, com uns 11 anos e achei o máximo a dupla formada pelas atrizes e cantoras Stella Miranda (a famosa síndica do Jambalaya) e Katia Bronstein ( Katia B que foi uma das loiras de Fausto Fawcett) e logo a fita cassete chegou em casa.  Em um ano novo, com minha prima (a quem chamo de prima gêmea e sempre embarcou nas minhas brincadeiras) fizemos uma apresentação imitando a dupla ( eu a Salto Alto pela altura). Ainda bem que na época não existia Internet porque pelo grau de dramaticidade ( diria cômico) viraríamos memes. As canções do àlbum tinham compositores como Marisa

 O músico Luiz Buen o lançou hoje nas plataformas digitais o EP " Com a benção de Iemanjá", em homenagem ao dia da padroeira dos pescadores que foi celebrado ontem.  Segundo o Luiz, ano passado nesta data estava em uma praia na Bahia  às seis horas da manhã.Num ato de inspiração meia hora depois já tinha a canção pronta no seu ukulelê.   Este é o primeiro single do Projeto Luiz com Z, no qual mostrará um single a cada mês e quando a oitava canção vier a público lançará um álbum com todas elas. A opção de lançar música pela Internet  segundo Luiz surgiu quando analisou que o custo de uma gravação profissional de um CD é muito maior do que se fatura se tiver em média 100 mil downloads. Desde então resolveu usar das mídias sociais para lançar seus projetos. "Não vendemos mais música,está difícil vender música. Então, eu que já tenho uma jornada pensei : preciso entender esse novo mercado. Por outro lado no mercado das mídias sociais- que é o que está valendo hoje - as pess

 Lembro do meu primeiro contato com a obra de Lenine : foi pela MTV lá pelos idos de 1997 durante minha adolescência, onde ele cantava que queria sair só. Isso para uma adolescente soava como um lema: época em que queremos ser adultos, mas ainda não temos maioridade nem maturidade para tanto . Embora eu tenha sido uma adolescente sem grandes atos de rebeldia: gostava de juntar uma pilha de CDs, me sentar na rede, colocar os fones no ouvido e prestar atenção em cada palavra, arranjo, instrumento. Eu de fato viajava enquanto escutava música e assim como na música a lua me chamava . Alguns anos depois, vi numa entrevista Lenine contando como compôs "Relampiano" e achei incrível o fato de ver musicalidade em um menino que vendia drops na rua dizer " Tá Relampiano" - música lançada no álbum Na Pressão.  E embolei na embolada com "Jacksoul Brasileiro", numa levada que só ele entende (algumas vezes acompanhado pelo incrível percussionista Marcos Suzano). Daí po

No últio dia 29 de janeiro às 20 horas aconteceu no Teatro Vasques a premiação dos vencedores do I Prêmio História da Música Mogiana. Os contemplados receberam uma bela escultura feita pelo artista plástico Maurício Chaer e um incentivo financeiro de 100,00 cada um. O evento foi realizado com recursos da Lei Emergencial Aldir Blanc n°14.017/2020 e será transmitido pelo YouTube e pelo Facebook em breve. Ao todo foram 11 contemplados, já que a diferença entre o décimo e o décimo primeiro foi de apenas dois votos num total de 6.108 votos. Confira hoje no Blog os 11 vencedores e algumas fotos do evento feitas pelo fotógrafo Jorge Beraldo.