Nesta terça ( dez de agosto) foi lembrado o aniversário de Jorge Amado. O escritor baiano completaria 109 anos se estivesse vivo.
O autor tinha sua obra marcada por mostrar a regionalidade e dava protagonismo a personagens de classes sociais mais baixas, e fazia uso de uma linguagem simples e coloquial, se aproximando do leitor.
Sou encantada pela Bahia de Jorge Amado ( e pela Bahia também), mas como mulher das Letras que sou me impactou a forma como ele criou suas personagens femininas: frutos da segunda fase de sua carreira, as mulheres de Jorge são marcadas pela independência sem deixar de lado a feminilidade.
Antes de ler Amado, tive meu primeiro contato com sua obra em 1989. Era ainda uma criança, mas já amava histórias e novelas. A Rede Globo exibiu neste ano Tieta, uma versão do livro Tieta do Agreste feita pelo autor Aguinaldo Silva.
A protagonista é escorraçada de casa pelo pai, um senhor de modos rudes e foge para São Paulo onde ganha a vida como prostituta e depois dona de um bordel. Rica, retorna à Santana do Agreste para se vingar de sua família, principalmente de sua irmã (a beata maldosa Perpétua). O grande problema é que Tieta se apaixona por Ricardo, um seminarista e pra complicar mais um pouco o enredo seu sobrinho...
Mas voltando ao papo musical a trilha de Tieta era incrível e é claro, ganhei de presente o LP, que foi lançado pela Som Livre.
Mariozinho Rocha era responsável pela seleção que trazia dentre as músicas "Tudo que se quer" com Verônica Sabino e Emílio Santiago - uma versão de Nelson Motta para "All I ask for you", tema também do clássico O fantasma da Ópera; " Coração do Agreste" por Fafá de Belém e que terça -feira falei aqui; " Rancho Fundo", numa versão bem dramática por Chitãozinho e Xororó; "Paixão Antiga" (maravilhosa) na voz de Tim Maia; "Tenha Calma" com Maria Bethânia; "Meia- Lua Inteira" com Caetano Veloso; "Paixão de Beata" por Pinto do Acordeon; "Eu e você" pelo romântico José Augusto; "Por você com você" com Guilherme Arantes e " Amor Escondido" por Fagner.
Duas músicas deste disco eram instrumentais e de presença marcante na novela: "Segredos da Noite" era tema da Mulher de Branco, personagem misteriosa que "atacava" os homens na trama (rs). A segunda era "Imaculada", música de Ary Sperling que tinha a belíssima gaita do músico Milton Guedes- engraçado como ouvir essa faixa até hoje me dá um "nó na garganta".
Mas hoje quero matar saudade do meu primeiro contato com a "axé music".
Nesta época era febre no Brasil um ritmo quente chamado lambada do qual ainda vou contar para vocês aqui. A abertura da novela era a homônima "Tieta", uma lambada de Paulo Debétio com Boni ( sim, o todo poderoso José Bonifácio de Oliveira Sobrinho é compositor!) interpretada pelo maravilhoso Luiz Caldas.
Vamos dançar ?
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