Ontem Lulu Santos publicou em suas redes sociais sua agenda para o fim deste ano e para o próximo. Meu telefone não parou. O grupo do fã-clube entrou em polvorosa: onde será, qual melhor lugar, preços, repertório...
Viajei no tempo. O primeiro show a gente nunca esquece né?
Em 1994 Lulu lançou Assim Caminha a Humanidade, meu álbum xodó.
É lindo desde o encarte, com as caveiras mexicanas e nas cores amarela, vermelha e preto. Dentre as músicas: Tudo Igual; Inestimável; Tuareg (Jorge Ben) ;Graal; Febre; uma releitura estilo bossa nova de Hey Hey, My, My (Neil Young); Tim Medley; O que é bom (letra de Bernardo e Vilhena e Pedro Fortuna para a melodia de Gosto de Batom) e uma releitura de Bigorrilho (um lundu de Paquito, Romeu Gentil e Sebastião Gomes) que eu amava e amo dançar.
Dentre os músicos que participaram desta obra : Fábio Fonseca, Dunga, Lincoln Olivetti, Nico Rezende, Chico Amaral, Milton Guedes e Marcelo Costa (que neste álbum toca sua bateria de forma apaixonante - foi daí que comecei a admirá-lo).
A produção foi de Marcello Mansur, o DJ Memê, com quem Lulu no ano seguinte lançou "Eu e Memê, Memê e eu". Foi em 1995, que Assim Caminha a Humanidade entrou de vez em minha vida.
Neste ano a Rede Globo lançou uma série para o público adolescente chamada Malhação. Eu tinha 14 anos, minha vida se resumia a música, aula de piano, teatro, curso de inglês e casa. Nos dias em que tinha aula de inglês não conseguia ver a série, mas eu tinha o CD, isso não era o problema.
Foi neste ano que tive minha primeira desilusão: não tinha namorado, era muito falante e desinibida mas tinha vergonha de abrir meus sentimentos para os meninos (eram tão bobos). Me encantei por um menino mais velho que eu. Um dia, uma amiga em comum me disse : ele mandou falar pra você que não gosta de criança. Fiquei arrasada. Era da mesma idade da ex-namorada dele só era magrela e tinha mesmo cara de de criança. Liguei o som de casa no volume máximo (estava sozinha) e dancei "Assim Caminha a Humanidade " até cansar. Estava decidido. Quem não queria mais era eu. E ponto.
E a música virou pra mim um ritual de libertação. Quando muito triste ou decepcionada com algo escuto no volume máximo e repito " não te quero mais, não mais, nunca mais..." - no dia seguinte viro a página.
O fato foi que duas semanas depois do "fora" ao sair da escola recebi do promoter da La Boom (casa noturna que existia em Mogi das Cruzes) um flyer anunciando o show do Lulu Santos em novembro. Na hora tive um choque: "eu preciso ir".
Olhei pro outro lado da rua. O menino que tinha me dado um fora estava me esperando, tinha mandado recado que tinha se arrependido.
Era tarde. A música já tinha tocado.
Luiz Maurício me esperava também...
E é por isso que meu tbt de hoje vai buscar essa canção que significa tanto para mim.
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