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100 anos da Semana de Arte Moderna : a música de Heitor Villa- Lobos

 Este ano a Semana de Arte Moderna completa 100 anos e para celebrar hoje e amanhã no Falando em Sol falarei sobre o evento reuniu artistas de diferentes vertentes culturais como escultura, pintura, literatura, poesia e música. Todos com um mesmo intuito: promover uma renovação na linguagem artística, promovendo um rompimento com o passado e buscando novos conceitos artísticos experimentais .

Na música, que é o nosso tema aqui no Falando em Sol a proposta foi de trazer concertos que unissem cantores acompanhados por orquestras sinfônicas e o grande nome que se apresentou na Semana de Arte Moderna de 1922 no Teatro Municipal de São Paulo foi o compositor, maestro, violoncelista, pianista e violonista Heitor Villa-Lobos. Sua proposta musical era considerada inovadora: criou uma linguagem genuinamente brasileira, compondo obras que traziam elementos das culturas de diversas regiões do Brasil como músicas do cancioneiro popular e de canções dos povos originários.  

Villa-Lobos uniu suas influências que eram moldadas pela música clássica europeia com o folclore nacional: daí  nasceram as "Bachianas Brasileiras". Sua importância é tamanha que no dia de seu nascimento (5 de março) é comemorado o Dia Nacional da Música Clássica".

Na Semana de Arte de 22 se apresentou em 3 dias  levando ao público presente três espetáculos diferentes e fazendo do palco do Municipal de São Paulo o primeiro erudito a receber um compositor modernista e de influências impressionistas .

Vou mostrar a vocês hoje 5 de minhas obras favoritas deste grande Mestre da Música Brasileira. Faço o convite para que ouçam com fones de ouvidos e olhos fechados. Me contem quais foram as sensações.

As influências da cultura africana  estão presentes em "Danças africanas" que foi apresentada no primeiro dia da Semana de Arte Moderna.


Em Bachianas Brasileiras número 5 é nítida a inovação proposta pelo movimento: o canto acompanhado por uma orquestra sinfônica.


O "Trenzinho do Caipira" ou Bachianas Brasileiras número 2 para mim (minha observação) tem tudo do impressionismo : consigo ouvir o barulho do trem, do sino. Quando ouço visualizo o trem em movimento. Me arrepia.


Mais uma em que acho os elementos do impressionismo nítidos: Uirapuru. Provoca emoções, estranhamento...


E agora a minha obra favorita: As Cirandas de Villa-Lobos. Qualquer quinta da saudade conto o porquê...















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