"Nesta quinta-feira (18/02) aconteceu o show de lançamento do álbum Resonance, primeiro álbum solo do baixista Felipe Andreoli. O álbum foi produzido durante a pandemia, quando o Andreoli foi obrigado a dar uma pausa dos palcos com sua banda Angra. Juntamente com o guitarrista Dallton Santos, o projeto foi tomando forma, assim como outros nomes de peso foram surgindo, como as baterias de Bruno Valverde (Angra), Simon Phillips (Chick Corea/Toto), Virgil Donati (Planet X), os teclados de Bruno Alves (Ronnie Von/Kell Smith), as guitarras de Kiko Loureiro (Angra/Megadeth), André Nieri (Virgil Donati), Guthrie Govan (The Aristocrats), Brett Garsed (Planet X), Antônio Teoli (Video Game Orchestra), os arranjos de Shota Nakama (Video Game Orchestra) e o vocal do croata Dino Jelusick.
Além dos nomes, o álbum também possui um som pesadíssimo, tanto no quesito sonoro quanto no quesito técnico, mesclando o Metal progressivo, Djent e Fusion. O resultado final do Resonance foi lançado oficialmente em setembro de 2021.
Muitas foram as brincadeiras do Felipe Andreoli em seus stories com relação à dificuldade das músicas e como eles fariam para tocar tudo aquilo composto no estúdio ao vivo. E finalmente chegou o grande dia.
Para o Show de estreia, o lendário baterista Alexandre Aposan (Oficina G3) assumiu as baquetas de Bruno Valverde, que não pôde comparecer por problemas de visto. Dallton Santos nas guitarras e Bruno Alves nos teclados permaneceram em todas as músicas. As participações especiais serão citadas ao longo do texto.
O show iniciou com a faixa título Resonance. Felipe Andreoli com seu baixo Ibanez de 6 cordas impôs todo o peso já esperado logo de cara. Em seguida tocaram Thorn In Our Side, com a presença do vocalista da banda Rosa de Saron, Bruno Faglioni, que arrebentou. Então veio Chaos Theory, outra pedrada do álbum.
Para a música seguinte, Not a Day Goes By, o Felipe Andreoli pegou seu baixo de dois braços: um possui 6 cordas e o outro é um fretless de 5 cordas. A música executada no fretless, é um dos arranjos mais bonitos do álbum. Aproveitando o instrumento de sete quilos e trezentos gramas, a banda prestou uma homenagem a Jaco Pastorius na música Continuum. Admito que o que roubou a cena foi o solo de teclado arrebatador de teclado do maestro Bruno Alves. Down The Line teve as guitarras do britânico Guthrie Govan muito bem representadas pelo Dallton Santos.
André Nieri, "o monstro sagrado da guitarra" como ouvi alguém dizer no show, subiu no palco para tocar seu solo fantástico em Metaverse. E aproveitando a presença de Nieri, tocaram Proto Cosmos do Allan Holdsworth Group - o mais puro suco do fusion. A essa altura do texto, nem preciso repetir que a executaram com maestria.
Então veio o solo de bateria do Aposan. Viradas de tempo e levadas foram o que não faltaram. Mas a surpresa foi quando o Aposan começou deixar a bateria em looping e gravar um arranjo ao vivo, numa verdadeira orquestra de percussão. Simplesmente incrível.
A próxima música foi Cactuz, música que Andreoli costuma tocar em workshops, uma aula de slaps com groove no baixo. Voltando ao Resonance, foram tocadas Neutron Star e Sagan (este último com o baixo de dois braços).
Surgiu então mais um convidado, o grande guitarrista Sydnei Carvalho, para tocar duas músicas fantásticas da 4Action: Blackout e Crisis. Uma demonstração de virtuose aliada aos riffs marcantes.
Para finalizar, veio a música que, segundo o próprio Felipe Andreoli, é o pesadelo para tocar: Driven. Imagine tudo o que pode complicar a vida de um músico numa canção, dentre elas alta velocidade na execução, quebradeira de tempo no andamento, variações, utilização de diversas técnicas seguidas diferentes na execução… Gravar isso num estúdio já é difícil. Agora imagine tocar ao vivo, onde um errinho pode comprometer a música inteira. A execução da Driven foi impecável. Tanto o Felipe, quanto o Dallton, Aposan e o Bruno tocaram com louvor . Show fechado com chave de ouro, ou melhor, platina!
Sem dúvidas foi um show histórico. Uma apresentação lendária para um álbum lendário chamado Resonance. Tudo foi registrado pelo cineasta francês Antoine de Montremy e espero essa filmagem esteja disponível o quanto antes para poder reviver esse momento mágico. Parabéns a todos os envolvidos nesse espetáculo!"
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