Mário Raul de Morais Andrade, Mário de Andrade foi um dos artistas que participou da Semana de Arte Moderna de 1922. O poeta, romancista, musicólogo, historiador de arte crítico e fotógrafo foi ainda um dos fundadores do modernismo e fez clássicos de nossa literatura como Paulicéia Desvairada e Macunaíma. O artista ainda ministrava aulas de piano no Conservatório de São Paulo.
O que muitos talvez não saibam é que Mário era um grande estudioso da etnomusicologia: o estudo da música dentro de um contexto cultural . Ele em suas viagens buscava estudar e registrar as manifestações folclóricas do interior do Brasil tanto no estado de São Paulo quanto no Nordeste. Na década de 1930 fez uma grande coleção de registros de músicas regionais. Dentre elas 15 modinhas de salão do período do Brasil Imperial e as dedicou ao amigo Heitor Villa- Lobos quem criou a harmonia de "Viola Quebrada", única música composta por Mario de Andrade.
Mario de Andrade tem algo em comum comigo fora a paixão pela música e pela literatura: foi até minha cidade natal Mogi das Cruzes acompanhar a Entrada dos Palmitos na Festa do Divino Espírito Santo num estudo sobre a cultura popular brasileira. Mesmo estudo que sem saber sobre o artigo do modernista fiz no meu primeiro ano do curso de jornalismo- estudei o processo folkcomunicacional na festa.
A passagem dele por Mogi das Cruzes é tema do documentário "Mario, um modernista em Mogi", exibido no Theatro Vasques no último domingo e é um registro importantíssimo para que a festa seja tombada como patrimônio histórico cultural.
Mas hoje minha saudade vai resgatar "Viola Quebrada", música que amo cantar desde minha infância, quando acompanhada de meu pai no violão sentava na rede da varanda do sítio de minha avó e cantava com minha voz aguda essa belíssima letra cheia de poesia...
No vídeo abaixo na maravilhosa interpretação de Pena Branca e Xavantinho que está no álbum "Violas e Canções" de 1993.
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