Banzo no significado do dicionário é a alça do bastidor de bordar. Onde seguramos o tecido para com agulha e linha traçar bordados e formar desenhos, imagens e até quem sabe contar uma história.
O banzo também inspirou muitas músicas que retratam um cenário triste da História de nosso país. Cenário que se repete diariamente. Na língua africana "banzo" é um estado profundo de depressão, tristeza que acometia os africanos escravizados. A saudade extrema de suas terras os levavam a uma melancolia profunda que os adoecia até a morte.
Era uma forma ainda de demonstrar resistência ao trabalho escravo, à privação da liberdade. Morrer era a única forma de fugir. Como narra o estudo “Memória a respeito dos escravos e tráfico da escravatura entre a Costa d’África e o Brazil” apresentado pelo advogado Luis Antonio de Oliveira Mendes para a Real Academia de Ciências de Lisboa no ano de 1793. No texto ele conta que o "banzo que observou no Brasil, matara a muitos escravos; porém sempre por efeitos do ressentimento do rigor com que os tratavam seus senhores."
Infelizmente o banzo é determinado por uma outra doença chamada preconceito e que assola o mundo. A única forma de combate ou vacina para ela é a informação. Na música brasileira o preconceito racial é retratado em inúmeras canções como " A Carne", com a interpretação marcante de Elza Soares; "Mandume", de Emicida; "Negro Drama", racionais MC's; "Olhos Coloridos", por Sandra de Sá...
Mas pra ilustrar para vocês o que é o "banzo" convido para que conheçam "Banzo Maracatu", uma composição de Dimas Sedicias, músico, arranjador e diretor musical pernambucano, falecido em 2001 e conhecido por incluir as características culturais do nordeste em qualquer estilo musical que produzisse.
Uma bela reflexão para um 13 de maio dia no qual celebram uma libertação que só acontecerá quando acabar de vez todo e qualquer tipo de preconceito e os direitos de todos forem iguais.
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