O último 25 de agosto foi de muita tristeza para a família da música mogiana. Abrir as redes sociais e me deparar com a notícia da partida tão precoce de Daniel Trettel foi um choque. Aos 45 anos o músico - falecido em decorrência de uma embolia pulmonar enquanto se recuperava do tratamento de um câncer- deixou a companheira Lívia, os filhos Saul e Manoela, seus pais, irmãos e inúmeros amigos que conquistou com sua genialidade e humildade durante os anos de noites mogianas.
" Eu conheci o Daniel por volta de 96 no Patuska Bar, ali perto da UMC. Foi muito curioso a gente estava no bar o Paulinho, Ênio e Gleber Oliveira estavam tocando, o Daniel chegou com o violão, e começou a tocar Oceano do Djavan e todo mundo ficou embasbacado porque era igualzinho. Parecia que a gente estava ouvindo o disco", lembra a cantora mogiana Sabrina Pacca.
Daniel, fã incondicional de Djavan tinha o hábito de a cada lançamento do ídolo de convidar os amigos para audições dos cds, num momento de amizade, música e amor. Virtuoso, chegou a tocar com o ídolo e dividiu palco com Jorge Vercillo e Nila Branco.
" Era impressionante pra mim. Ele realmente tinha um dom apesar de ser um cara que tocava o violão o dia inteiro. Ele praticava muito mas nasceu com esse dom, conseguia tocar as músicas idênticas às originais e ainda conseguia mudar completamente se quisesse porque tinha o total domínio do instrumento. Era um instrumentista completo e um se mostrou compositor muito bom .Ele tem um EP que está disponível nas plataformas digitais (Final de Outono) e as letras são bem profundas. Ele era um cara que pouco falava com profundidade sobre os sentimentos porque ele era muito brincalhão. Mas quando a gente falava sobre isso ele era muito sentimental e a gente pode ver isso nas letras que falam de amor e de relacionamento", conta a cantora.
Foi também no Patuska que Trettel conheceu o percussionista Paulo Betzler, com quem além da música dividiu a vida e uma grande amizade. A Casa do Jequitibá, que neste sábado será palco de uma homenagem para o violonista, o local onde Daniel se apresentou pela última vez.
" Começamos praticamente juntos na década de 90 e depois a gente fez muita coisa junto. Uma amizade que se estendeu da arte para a vida. A ultima apresentação dele aqui na Casa foi comigo e com o Léo Zerrah. Essa homenagem será em comemoração a toda a arte grandiosa de Daniel, dessa passagem que ele teve muito curta mas de um brilhantismo enorme, uma arte muito relevante pra história de quem conviveu com ele e da própria cidade", se emociona Betzler.
Na apresentação de sábado Sabrina Pacca, Ênio Lobo, Aline Chiaradia, Paulo Betzler e Léo Zerrah, lembrarão do amigo com um repertório que lembrará desta passagem dele pela noite mogiana. Para o cantor Léo Zerrah o bom humor do violonista era além de todas as outras uma de suas grandes virtudes.
" Daniel era um irmão, um companheiro de trabalho com quem eu desenvolvi muito minha musicalidade , seu talento e sensibilidade sempre foram admiráveis. Juntos, só´a dupla ou acompanhando outros cantores fizemos talvez alguns milhares de shows, se for contar de 2005 até agora. Nunca fiz as contas. Ele sempre me elevava o ânimo em trabalhos ruins , feliz e extasiado em bons trabalhos. Sou muito feliz por ter estado ao seu lado em várias situações. Este alto astral do homem-menino é o que eu conto em vivenciar neste sábado junto às pessoas que também o amavam em sua homenagem", conta Zerrah.
A homenagem para Daniel Trettel acontecerá neste sábado 24 de setembro na Casa do Jequitibá, na rua Barão de Jaceguai, número 914 no Centro de Mogi das Cruzes. A entrada é gratuita.
E hoje minha saudade dividirá com vocês "O que eu Sei" do EP Final de Outono, canção de Daniel Trettel interpretada por Max Grácio .
Homenagem mais que justa . A oração e a música chegam direto a Deus .
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