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O Poeta da paz e do amor precisa de nós

 


Mensageiro da paz- compositor de canções como "Acabou Chorare" e "Dê um Rolê" precisa de nossa união
Foto: Reprodução Facebook Luiz Galvão



" Enquanto eles se batem dê um rolê e você vai ouvir/ Apenas quem já dizia eu não tenho nada e antes de você ser, eu sou,eu sou, eu sou  o amor da cabeça aos pés..."

Esse é um trecho da música "Dê um Rolê"- composição de Moraes Moreira e por Luiz Galvão- lançada no álbum  Baby Consuelo + Novos Bahianos no Final do Juízo. Já foi gravada por artistas como Lulu Santos, Gal Costa, Zizi Possi, Roberta Sá e traz em sua letra um ideal de mundo  pregado por uma "tribo que  brincava de paz e amor"  em anos duros de ditadura militar.

Espalhar mensagens sobre o amor e misturar ritmos musicais era um dos objetivos principais dos Novos Baianos, banda formada na década de 70 por Moraes Moreira (voz e violão); Baby Consuelo (vocais); Pepeu Gomes (guitarra); Paulinho Boca de Cantor (vocal); Jorginho Gomes (bateria); Bola e Baxinho (percussão); Dadi/ Didi Gomes (baixo) e na confecção das  letras das músicas o poeta Luiz Galvão.

Nascido em Juazeiro no ano de 1937 o poeta e músico Galvão é um dos fundadores dos Novos Baianos e responsável também por letras de músicas como " Acabou Chorare "; " Mistério do Planeta" e "Preta Pretinha". O ideal de uma vida simples e em comunidade, com respeito e igualdade para todos era refletido em trechos como " vou andando como sou e vou sendo como posso" (Mistério do Planeta); ou " E a razão da vida é amar... E Beatles viver ouvindo João, assim como John, deixando marcas na imagem e no som" (Anos 70). Essas marcas de fato foram deixadas em várias gerações de músicos e compositores como em Thaise Mandalla, vocalista e guitarrista da banda Mandalla de Brasília-DF. 

"Embora já ouvisse Novos Baianos desde a infância por influência dos meus pais, a referência deles para mim se misturava à MPB de Gal e Gil, Milton, e embora familiar, eu só fui reconhecer a força daquele bando ideológico no inicio da vida adulta. Quando aos 19 anos fui morar acampada, sem energia elétrica, com o meu companheiro da época, é que redescobri as verdades das letras e harmonias daquela trupe a qual, mesmo que não cronologicamente, sempre me senti pertencente. Irreverência, inovação, transformação, verdade, movimento... essas palavras pra mim traduzem muito do que são eles para a Música Brasileira, e Luiz Galvão, com suas letras profundas, reflexivas, cômicas e leves, influenciou com mãos gigantes o que a geração pós moderna da Arte brasileira produziu", conta a vocalista da banda brasiliense.

Outra artista que recebeu a influência direta dos Novos Baianos e das letras de Galvão em sua carreira e vida foi a cantora e produtora carioca Carla Dias que lembrou ainda da importância de se reconhecer o trabalho dos compositores de nosso país.

"Eu particularmente sou uma defensora assídua dos compositores. Gosto sempre de exalta-los em todos os meus projetos. Dando nome sim aos poetas que tanto contribuem e contribuíram na nossa música. O processo natural de exaltação aos intérpretes não pode apagar esse brilho e papel fundamental numa canção de sucesso. Sou fascinada pela obra de Luiz Galvão! "Acabou Chorare" é um marco e um divisor de águas na história da música brasileira. Viva o poeta Galvão e toda a sua genialidade!", lembra Carla.

Luiz Galvão escreveu ainda livros como "João Gilberto, A Bossa"; "Anos 70: Novos e Baianos" e "Novos Baianos : a história do grupo que mudou a MPB".  Atualmente o artista está internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do InCor em São Paulo devido à complicações de um infarto - o músico é diabético. Para acompanhar Luiz, a esposa Janete e os quatro filhos do músico se mudaram de Salvador para São Paulo e precisam de aporte financeiro para que seja realizado o tratamento adequado.

É possível colaborar fazendo um pix para a conta publicada abaixo ou adquirindo os livros autografados pelo "novo baiano" no e-mail : poetaluizgalvao@gmail.com 

Vamos nos unir pra "acabar o chorare" e "ficar tudo lindo" pro nosso poeta poder falar de paz e amor tão necessárias ultimamente.




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