Pular para o conteúdo principal

Já ouviram "Janelas" por Evandro dos Reis?



No ar -Com rimas sobre saudade e amor em ritmos como samba, ijexá, bolero e forró, álbum do cantor, compositor e multi-instrumentista pode ser ouvido nos principais streamings 
Foto: Vitor Gonçalves/ Divulgação


Um grito que esteve preso na garganta por dois anos, mas que agora pode ser cantado. ‘Janelas’, novo álbum do cantor, compositor e multi-instrumentista Evandro dos Reis já está disponível nas plataformas digitais. E com direito a lançamento em grande estilo, em show no Sesc Mogi na última quinta-feira (1º de dezembro). A plateia cantou, dançou e refletiu as rimas que versam sobre saudade, amor e a vida.

Fruto da saudade, da necessidade e da importância de recuperar o cotidiano do trabalho artístico musical, que foi paralisado ou muito profundamente modificado durante a pandemia de Covid-19. Esse é o projeto, que, nas palavras de seu criador, é “um exercício de manutenção da poesia, da musicalidade e da expressão artística traduzida em estilos tipicamente brasileiros”.

São, ao todo, seis composições autorais e 3 interpretações. Músicas que passeiam por diferentes ritmos da música nacional, como samba, ijexá, bolero e forró. Nesses estilos, as mensagens são variadas, mas com grande influência do amor e do mar, que embala as aventuras do eu lírico.

O projeto nasceu de uma campanha de financiamento coletivo, em 2020, no ponto mais crítico da pandemia. Foi, portanto, gravado à distância, em respeito às normas de segurança da época, com cada músico em sua casa, em sua janela, em seu parapeito.

‘Janelas e Parapeitos’, aliás, é o nome de uma das mais dançantes faixas do disco, e também peça-chave para explicar a proposta. Dali, o artista assistiu a muita coisa, como “cenas do mesmo episódio / narrativas de circo e de trigo / nas corridas sem prêmio e sem pódio”, por exemplo. Também viu pessoas que “dançam, cantam, poetam” e concluiu que “é o milagre, é a sobrevivência / é a cena mais forte, que o meu peito suporte”.

Também são dançantes as faixas ‘Na Ponta’, ‘Dona do Sonho’ e ‘Alto Lá’, que guardam relação especial com o sol e o mar. A natureza, o som das ondas, a reflexão de olhar para o horizonte. Tudo isso é transformado em música.E como ‘Janelas’ é um reflexo da vida, há também momentos mais íntimos, como em ‘Melhores Amigos’ ou em ‘Molto Romantico’, versão em italiano da canção ‘Muito Romântico’, de Caetano Veloso’.

Há, ainda, outras emoções. Em ‘Platão’ há um olhar interno, regado à voz e violão; em ‘Bojador’, uma nova reflexão sobre o mar e o destino; e em ‘Calos e Planos’ um clima festivo, que fala sobre união e torna quase impossível não dançar ao mostrar que “o baião de dois pode ser para três, quatro cinco e até mesmo seis / a beleza do eu mais vocês / são tantos os laços que a fita, rebobina e embaraça o fim do mês”.

Em um “momento emblemático”, como define o artista, o show no Sesc Mogi teve tudo isso e ainda mais, com o piano e synth de Vitor Arantes, o violão e a guitarra de Helô Ferreira, o contrabaixo de Vanessa Ferreira e a bateria de Kau Caldas. O público pediu “bis” e Evandro dos Reis atendeu, pedindo a ajuda da plateia para cantar ‘Vagabundo Soy’, música de Omar Lopez, com quem ele teve contato durante o período em que esteve na Itália, com a Orchestra di Piazza Vittorio.

E para começar bem a semana, compartilho com vocês " Alto Lá" que como as outras canções pode ser encontrada em todas as plataformas de música.



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Djavan e Eles

Pétala - dia de celebrar o cantor e compositor muso deste blog e de muitos outros poetas e escritores Foto: Tati Valente Dia de Djavanear o que há de bom. Os leitores do Falando em Sol já estão cansados de saber o apreço que tenho pela obra do alagoano Djavan Caetano Vianna, e que todo ano, esta data aqui é celebrada em forma de palavras. O que posso fazer, se Djavan "invade e fim"? Para comemorar seu 76º aniversário, selecionei cinco momentos em que ele dividiu cena com outros nomes da música popular brasileira. O resultado: um oceano de beleza. Tudo começou aqui. Este foi o meu primeiro contato com Djavan e tenho a certeza que de toda uma geração que nasceu nos anos 1980. Ele é Superfantástico! Edgard Poças...obrigada por isso... Azul é linda, amo ouvir e cantar até cansar...  Com Gal e Djavan então...o céu não perde o azul nunca... Esse vídeo foi em um Som Brasil, no ano de 1994. Desculpem, posso até parecer monotemática, mas Amor de Índio é linda. Mais linda ainda com est...

Quinta da Saudade : Barracão de Zinco

Véspera de Natal e dia da famosa quinta da saudade. E a data esse ano pede (deveria pedir sempre) reflexões sobre nossas atitudes e o que podemos fazer para melhorar, evoluir. Especialmente num ano de tantas perdas, em que muitas vezes tivemos de abrir mão de estar com quem amamos para preservá-los.  E Natal para mim, desde a infância teve uma atmosfera mágica : desde o decorar a casa, até acreditar no Papai Noel e esperar pela meia-noite sempre foi muito aguardado, e ainda é. Mas o papo aqui é música, e vou contar a história de uma serenata que me lembro ter participado ainda criança (década de 80)  lá no bairro do Embaú, em Cachoeira Paulista, no Vale do Paraíba. Todos os anos nos reuníamos entre familiares e amigos e o samba era o ritmo que fazia a trilha sonora das festas. Ali tocavam Fundo de Quintal, Zeca Pagodinho, Originais do Samba, Beth Carvalho, Clara Nunes, Almir Guineto, Martinho da Vila e assim a noite corria. Uma tia avó, chamada Cândida (Vó Dolinha para nós), g...

Bituca é Nosso!

Cara Academia do Grammy. Fica aqui nossa indignação pela forma como nosso Milton Nascimento foi recebido no evento de ontem. Sem mais, Tatiana Valente, editora responsável pelo Falando Em Sol.