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Like a Lee: Carolina Frozza anuncia projeto em homenagem à Padroeira da Liberdade


Inspiração- Cantora paulista Carolina Frozza faz homenagem para a cantora e compositora que representa com maestria o universo feminino
Foto: Vir Bottosso


Rita Lee completa 75 anos amanhã. Com toda certeza será homenageada por todos os seus fãs, com posts e declarações de amor à "padroeira da liberdade", como quer ser conhecida, afinal acha que título "rainha do rock" é um pouco cafona. A cantora paulista Carolina Frozza  estreará no Teatro Itália em 31 de março do próximo ano o projeto "Like a Lee", onde  revisitará de maneira muito especial as músicas da também " mina de Sampa", representante fiel do universo feminino. A cantora se apresentará acompanhada pelo guitarrista Bruno Lima.

" Cada música da Rita Lee tem um pouco de Carolina Frozza no meio. Todas eu gosto muito, me representam, mas tenho muito afinidade com ' Mania de Você" e  'Ovelha Negra' . Estava aqui ensaiando o repertório e refleti muito sobre a letra de 'Pagu' que é uma música muito significativa que diz que nem toda feiticeira é "corcunda, nem toda brasileira é bunda, meu peito não é de silicone, sou mais macho que muito homem' .E  isso me descreve, totalmente esse refrão.  Uma música da Rita Lee e da Zélia Duncan, inspirada na Pagu, uma filha de aristocratas que ia a favor dos direitos das mulheres, fazia discursos nos palanques, foi presa, uma pessoa com dinheiro mas que se revelou a favor dos direitos e isso para a época foi incrível", conta a artista.

Trazer a sua verdade para o  mundo e se posicionar como Rita e como Pagu é também o mote da cantora e compositora Carolina Frozza. Filha de uma Baiana e de um " Barriga Verde" combina a sonoridade do Sul e do Nordeste brasileiro em uma vertente poética, com a leveza da MPB e o romantismo do Pop.

"Sou uma artista reflexiva, me inspiro em minha experiência de vida, nas vivências do meu cotidiano amoroso, nas histórias de pessoas queridas que conheci pelo mundo, em minha crescente e adorada família, que me desafia a cada dia a recriar uma versão melhor de mim mesma. Meu objetivo como artista é devolver o potencial inigualável da mulher que alguma vez na vida desacreditou de si mesma, que mesmo carregando o mundo inteiro nas costas ainda consegue andar de cabeça erguida e de sapato alto, como eu. Levar ao público uma palavra de carinho, de motivação, de um despertar, significa muito pra mim. Encarar a vida com muito mais leveza faz com que nos tornemos mais autênticos e fiéis a quem somos", diz.

Carolina descobriu sua paixão pela música aos 5 anos de idade quando  escutava as mesmas canções que sua mãe ouvia em vinil, e ali encontrava afeto e refúgio. Em seu sétimo aniversário ela pediu um rádio de presente, o qual virou seu companheiro de todas as noites, e lhe apresentou as  músicas românticas do Air Supply, Vinicius de Morais, Rita Lee, Celine Dion e outros se tornaram suas primeiras referências. 

Mas sua primeira investida artística foi no teatro, aos 18 anos no Centro de Pesquisa Teatral (CPT), com Antunes Filho e depois de muitas reflexões sobre "ser ou não ser" se encontrou na música. Cursou a faculdade de Música e de Pedagogia e ministrou aulas de musicalização infantil e no Ensino Fundamental. É Pós-graduada em Ontologia da Linguagem, o "estudo do ser", uma junção da psicologia e da filosofia para ajudar o ser humano a se compreender.

Além de tudo isso, a artista concilia a carreira musical- nas plataformas musicais é possível ouvir suas belíssimas canções como Primavera, lançada este ano- com a maternidade. Mãe de duas meninas e um menino se preocupa com a formação deles para que possam viver num mundo de oportunidades iguais. Por estar a frente de bandas, de produção e de chefia e como contratante já ouviu de músicos mais velhos algumas piadas machistas e preconceituosas. Com muito jogo de cintura a artista contornava a situação e numa sutil "brincadeira" mandava a real, se posicionando ou "lidando com os pés nas costas" e foi assim que conseguiu, com diplomacia ganhar o respeito de todos.

" Quando a gente se liberta dos próprios tabus, a maternidade não vira um empecilho. Tanto para quem trabalha em um escritório quanto para quem é artista, vive fazendo shows, pulando, viajando, se movimentando a mil por hora, fazendo um monte de coisas, gravando disco, compondo, indo na noite, voltando de madrugada. Tudo isso fez com que eu percebesse o quanto eu era grande e não sabia. O machismo é extremamente estruturado nas famílias Brasileiras. A falta de educação nas próprias famílias e escolas perpetuam esse comportamento sórdido. Eu educo meu filho homem a ser cidadão, respeitoso, empático e, ainda assim, resquícios da ignorância são trazidos da rua para minha casa. Mas, fazemos o que podemos. Para as meninas quero que se encontrem onde se sentirem acolhidas e respeitadas", afirma.

A cantora é semifinalista na categoria Cantora revelação da 7ª edição do Prêmio Profissionais da Música, e adianta que já preparou até o discurso de agradecimento.

"Foi uma surpresa ser indicada cantora revelação, mas eu já tenho até meu discurso do Grammy preparado, viu?", se diverte.

E para que a última sexta aconteça em grande estilo convido vocês para que confiram "Primavera", um feat de Carolina Frozza, Vilton e Nórton.




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