"Vai ter que amar a liberdade .Só vai cantar em Tom Maior. Vai ter a felicidade de ver um Brasil melhor..."
E foi com o samba "Tom Maior" de Martinho da Vila que a roda de samba formada pelos músicos Guilherme Bandeira, Evandro Reis, Samuel da Silva, Alex Constantino e Ruan Silva deu início ao 1º Festival Juntô.
O evento aconteceu em um sobrado localizado no bairro Alto do Ipiranga em Mogi das Cruzes onde o compositor, sambista e gestor cultural José Luiz da Silva, o Rabicho mora com sua família. Ontem, 15 de janeiro, ele abriu as portas de sua residência para receber além dos músicos mais de 20 expositores de Mogi, Suzano e Poá unindo música, culinária, sustentabilidade, empreendedorismo e cultura em um único lugar. Essa, segundo ele, seria uma forma de reviver o Casarão da Mariquinha , um espaço cultural que por 4 anos foi referência na cidade e premiado em 2017 como território cultural pelo Governo do Estado de São Paulo.
" O Festival Juntô é uma forma de reviver o tempo do Casarão da Mariquinha. Foi ainda uma forma que encontrei de reunir os produtores e começar um 2023 mais democrático", comemora o anfitrião.
Rabicho tem em sua história a experiência de ter por várias vezes recebido em sua residência, o sambista Zé Keti, com quem estreitou laços de amizade. O compositor carioca esteve presente em momentos memoráveis, frequentando festas de aniversário, churrascos, rodas de samba e ensaios de Carnaval na cidade de Mogi das Cruzes. E, claro, esteve presente no repertório escolhido para a roda de samba do "Juntô".
" Durante a pandemia os músicos perderam muitos espaços, principalmente por causa dos mais conservadores. Essa primeira roda é um recomeço, uma forma de celebrar o novo governo. É um samba para curar", celebra o cantor e compositor Guilherme Bandeira.
Para os fãs da culinária oriental foi possível provar da maravilhosa moqueca de shitake e estiveram presentes expositores de produtos como chás, bolsas, roupas, cosméticos, tatuagens, óleos, licores, geleias e acessórios como as representantes da "Arcanavalescas" que é especializada em adereços para quem gosta de brilhar no Carnaval.
" Aqui é um resgate do nosso grupo que se conheceu lá na Mariquinha. Quando o Casarão fechou o projeto ficou em stand by. É uma forma de resgatar e fortalecer o empreendedorismo feminino", afirma Ariane Christie uma das artistas responsáveis pelas belíssimas tiaras de flores.
Para Fábio Calaza, responsável pela Coala Editora que produz livros em xilogravura o festival que acontecerá uma vez por mês é também um bom recomeço para os artistas locais.
" É um evento progressista, um ótimo recomeço que fortalece e oferece fomento para a cena local. O 'Juntô' é uma forma de resistência", conta o editor.
Confira a seguir a música Juízo Final, uma composição de Nelson Cavaquinho e Élcio Soares apresentada na tarde de ontem.
"JUNTÔ". Foi um sucesso; fez me relembrar os bons tempos de Casarão da Mariquinha que deixou de ser um casarão de cultura para virar um Mausoléu. Que este novo projeto agregue cada vez mais artistas anônimos da nossa cidade e região. Parabéns Rabicho!
ResponderExcluirQue o Juntô seja símbolo de resistência da cultura mogiana! Por um espaço cultural que Mogi merece há anos!
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