Assis Medeiros lançará nesta sexta-feira (27 de janeiro) em todas as plataformas de áudio a sua terceira trilha para filmes. Desta vez o público terá acesso a um EP com seis faixas instrumentais, parte do filme O Jardineiro do Tempo (2001), um curta-metragem em 35mm, do diretor brasiliense Mauro Giuntini. Embora seja o terceiro lançamento nas plataformas, este foi o primeiro trabalho que o compositor e produtor musical - natural de Recife mas radicado em Brasília - realizou especificamente para cinema. O disco que mistura programações eletrônicas com instrumentos acústicos ficou na gaveta por 22 anos. As músicas lhe renderam os prêmios de melhor trilha original, no ano de 2002, nos festivais de cinema de Recife e São Luís (Guarnicê).
“Desde o ano passado, eu resolvi lançar meus trabalhos de trilhas sonoras. Primeiro foi a trilha 'Sertão do meu amor', produzida para um documentário da TV Senado no ano de 2000. E depois veio a trilha do curta-metragem 'Um pouco de dois', conta.
Assis lembrou ainda como surgiu a inspiração para compor as seis músicas que fizeram a trilha de "O Jardineiro do Tempo", numa mistura de ritmos como o baião, o rap, e batidas eletrônicas.
" A inspiração quando a gente faz uma música para um filme vem da ideia dele. Esse filme é um curta-metragem que conta uma história futurista, um cara que vem do futuro para ver as obras do Burle Marx aqui em Brasília, uma ficção futurista. O diretor Mauro Giuntini queria fazer uma junção de batidas eletrônicas com coisas acústicas, por, exemplo em 'Rap Macumba' eu misturo tambores com o berimbau, tem o Gustavo que toca um didigeridoo - um instrumento australiano - e ao mesmo tempo tem as batidas eletrônicas loucas, então essa é a inspiração do filme. É interessante que quando a gente faz uma trilha é como se a gente partisse de uma inspiração específica a trilha está sempre atrelada a ideia do diretor. Mas em Flor azul que eu gosto muito é um tema que foi todo construído acústico. São dois violões um e contrabaixo acústico, inclusive tocado por Xisto Medeiros que já foi baixista de Chico César, é do Quinteto de Cordas da Paraíba, um cara super respeitado de João Pessoa. Tem a "Violão e Vidro" que é só violão e um copo que fico mexendo chaves dentro do copo, e no final a gente quebrou mesmo o copo no estúdio", lembra o músico.
Produzida por Assis Medeiros nos estúdios TocPop (Brasília/DF) e Peixe-boi (João Pessoa/PB), a trilha conta com a participação especial do baixista paraibano Xisto Medeiros (Quinteto da Paraíba), na faixa Flor Azul. Participam ainda do álbum os músicos Marcelo Macedo (violão de aço) em Flor azul e Gustavo Gracindo (didgeridoo e gritos) em Rap macumba. Assis também assina programações, teclado, violão, baixo, guitarra e percussões. Para a capa do disco o compositor preferiu usar uma imagem do fotógrafo francês, Samuel Gazé, especialista em captar a presença humana em uma espécie de "selva urbana".
“Esta foto traduz a música de uma forma muito profunda. Acho que a trilha, quando desconectada do filme, pode trazer significados mais amplos. E o trabalho do Samuel imprimi este novo significado”, explica Assis.
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