Alguma Vez- Cantor e Compositor gaúcho Juli Benjamin traz em seu DNA musical as sonoridades brasileiras, argentinas e judaicas
Foto: Reprodução Instagram
"Alguma vez", single do cantor e compositor Juli Benjamin estreou ontem (22 de janeiro) nos streamings, e ganhou um belíssimo videoclipe em seu Canal no YouTube.
O músico de 38 anos - também completados ontem- é natural de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Filho de pais argentinos que fugindo da ditadura se instalaram no Brasil, tem como referências todo acervo musical latino-hispânico. Em especial a cantora e compositora Mercedes Sosa , responsável por provocar no ainda menino emoções profundas.
" Minha grande inspiração é Mercedes Sosa. Sempre me emocionou muitíssimo com a voz, a curadoria com respeito as letras de cunho social forte, de poesia de amores profundos, um grande expoente que levantou muito a música folclórica argentina", conta Juli.
Além da cantora argentina, Benjamin traz no sangue a sonoridade da cultura judaica conhecida por valorizar o estudo da música. Esta, influencia indireta de sua mãe que se dedicou ao estudo do violino e do canto coral. Do lado brasileiro teve como base toda MPB, o chorinho, e apaixonado pela música se tornou aluno mais dedicado na aula de flauta do colégio.
" Tive uma professora muito boa no colégio que colocava a partitura no quadro negro, todo mundo lia e eu era o que puxava a frente. Aí trocaram os professores e apareceu um mestre super descolado, a sensação do colégio e ele fazia a gente batucar na mesa, fazia canto, levava músicas do Paralamas do Sucesso, Fito Paez , Cazuza, e quebrava um pouco da música tradicional, hoje ele é um nome de referência local como músico independente aqui em Porto Alegre. Depois de um tempo inspirado por Mercedes, decidi realinhar meu lado musical e optei pelo violão pela portabilidade e estudei 2 anos e meio de chorinho com um professor aqui de Porto Alegre, foi minha formação técnica, o Vinícius Correa, do Trio Batuque de Cordas", recorda.
Depois do estudo do chorinho, Bossa Nova, samba e da capoeira, Juli se dedicou completamente ao estudo da cultura popular, inspirado por Gilberto Gil, Lenine, João Bosco - a quem considera o violão brasileiro vivo - e como mestre nas Letras o compositor e escritor Chico Buarque.
" Considero Chico Buarque uma deidade das composições. Cada vez que aprendo mais sobre composição mais fico impressionado com a capacidade intelectual de Chico. Como disse Gregório Duvivier, ele merece Premio Nobel de Literatura. Dylan ganhou, Chico também deve ganhar", afirma.
Juli enxerga na música uma experiência "transpessoal" ,uma forma alcançar o absoluto através da fantasia. E é o que pode esperar os ouvintes de "Alguma Vez", uma música que fala sobre "horizontes imaginários e constelações semi-reais".
" O dedo que aponta pra lua não é a lua, mas é o olhar do poeta que faz a beleza da lua e faz com que todo mundo passe a olhar pra lua. Compor é criar a fantasia pelo figurativo, pelo metafórico. Musicas existenciais têm esse olhar", conclui o artista.
E para começar a semana convido vocês para conhecer o videoclipe de "Alguma Vez", com imagens espontâneas de lufares da Argentina, Bolívia, Peru, Chile e do Brasil, com a idealização, edição e fotografia de Maria Polyanskaya e mixagem/masterização de Adrián Gleizer.
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