Eu sempre fui uma besta cúbica romântica. Apaixonada por livros e histórias de amor sonhava com um príncipe encantado. Na adolescência me encantava por romances, por Romeus, por Peris, por Simões...
Lógico que já era apaixonada pelo Luiz Maurício e por todos os compositores da música popular brasileira : eles tinham o amor como tema de suas canções. Tinha lá meu crush no colégio, muito parecido com Lulu quando jovem, mas ele era galã e nem olhava pra minha cara. E procurava nos astros do cinema um que pudesse personificar o príncipe dos meus sonhos. Aí me apareceu Leonardo Di Caprio. Lindo, loirinho, olhos claros e pequeninos, e tinha acabado de interpretar o Romeu no filme de James Cameron.
Pronto. Lá estava eu atenta a todos os filmes do bonito. Foi quando uma maré imensa tomou conta do mundo todo: Titanic, o filme entrava em cartaz em todos os cinemas. Eu tive de ir. Mogi, na época tinha um cinema no shopping que contava apenas com 3 salas. Todas exibiram o filme. Mas era impossível conseguir assistir de primeira. Um dia após o colégio enfrentei uma fila de uma hora e meia e comprei ingressos para minha irmã caçula e eu.
Algumas horas depois conseguimos entrar e nos acomodamos de posse de coca-cola e pipoca. Tinha gente sentada no chão, no corredor do cinema. Nem preciso dizer como me encantei pelo figurino e pela simpatia da mocinha Rose, interpretada pela maravilhosa Kate Winslet. E o Jack...
Ah, Jack. Posaria nua para você, sem vergonha alguma. Aquela cena dele abrindo os braços dela de frente para o mar é de ficar com uma ponta de inveja: quem não quer viver um amor de Hollywood que te apresente a liberdade.
Comecei a chorar na cena em que os dois dançavam no navio. Minha irmã, ainda pequena me olhou desacreditada. Eu já sabia o fim do filme, contado por minhas colegas. No decorrer da história me envolvi e quando o navio quebrou ao meio vi minha irmã ter uma crise de risos e gargalhar enquanto toda uma sala chorava. Tudo bem, cada um expressa seus sentimentos de um jeito.
Porém não me conformei na época pelo fato de que caberia perfeitamente o "corpictho" do mocinho na porta em que Rose se salvou . Jack, salvou sua amada e morreu congelado. No outro dia desenhei para minhas colegas, falei sobre o calor do abraço que protegeria os dois, resmunguei. Mas todas foram unânimes: a tragédia fazia a história ser mais bonita.
Essa semana o diretor James Cameron admitiu que o personagem caberia na porta. Mas, depois de 26 anos mudei minha opinião. Rose sortuda, depois de conhecer a liberdade decidiu ser feliz. E honestamente, depois desta descoberta, nem eu salvaria Jack algum. Me salvaria.
E é por isso que minha quinta da saudade vai lembrar do tema dos personagens. Interpretado pela diva Celine Dion, " My heart will go on" arrancou lágrimas de muita gente. Minhas então, dariam um oceano...
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