Dia do beijo. Nos anos anteriores fiz aqui, no Falando em Sol playlists para inspirar os casais. Mas hoje, cansada dos últimos dias tensos quero contar uma história de amor para aquecer um pouco os corações de quem, como eu, ainda acredita que o sentimento possa existir. Porque o sentir independe de rótulos, de títulos, de idade, de gênero, de religião, de raças, de distância e muitas vezes resiste ao tempo. Ele acontece, e é impossível de se controlar o que está por vir quando dois olhos se cruzam e ali, numa fração de segundos histórias de duas vidas tão distintas possam se entrelaçar.
Como a história de hoje, da Rosa e do Mar. Ela, vivia ali, toda delicada, presa em suas raízes, ainda muito jovem, começava a se abrir para a vida. Se banhava diariamente com a luz do sol enquanto observava a tudo e a todos a sua volta. Seu sonho era ser livre. Até que um dia, guiada pelos raios solares avistou o Mar.
Como admirou sua liberdade de ir e vir. De pronto foi tomada pelo verde que a deixou em transe, e que costumava seduzir todas as outras flores do mesmo jardim. Ele chegava cada dia mais perto dela, e embora tivesse muitos anos de vida perto da menina flor, a encantava com o barulho de suas ondas e sua alegria de viver.
Quando conseguiu se aproximar dela, foi impossível que não admirar suas pétalas, tão claras. Imediatamente a tocou. Envolveu todo o corpo da menina e nela encontrou o frescor que os anos aos poucos lhe tiravam. Ela, enfeitiçada, se deixou banhar pelas espumas do mar . E foi com um beijo longo que os dois de fato se encontraram nessa jornada chamada vida.
Levou com ele uma canção, para que Rosa pudesse guardar com ela todas as vezes que quisesse se lembrar daquele encontro, pois era chegado o momento de partir.
Rosa passou os anos registrando em suas folhas as lembranças de um beijo e do dia em que teve nos seus olhos os reflexos verdes do mar...
E todos os dias em que seu amigo sol não aparecia e dias cinzas se derramavam em chuva- a já então- flor mulher buscava na canção deixada pelo Mar, inspiração para esperar que os raios de luz anunciassem seu tão aguardado retorno.
E como hoje é dia de Quinta da Saudade, escolhi como tema desta história "(You Make me Feel)A Natural Woman", canção de Carole King, Gerry Goffin e Jerry Wexler, gravada por Aretha Franklin em 1967.
É ela que rosa ouve quando quer se recordar do mar.
Emocionante e maravilhoso
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