Pular para o conteúdo principal

Quinta da Saudade: a música tema do encontro da Rosa com o Mar



Tema-  A rosa esperava pelo retorno do mar, e tinha como companhia o sol e uma única canção
Foto: T.V


Treze de abril.
Dia do beijo. Nos anos anteriores fiz aqui, no Falando em Sol playlists para inspirar os casais. Mas hoje, cansada dos últimos dias tensos quero contar uma história de amor para aquecer um pouco os corações de quem, como eu, ainda acredita que o sentimento possa existir. Porque o sentir independe de rótulos, de títulos, de idade, de gênero, de religião, de raças, de distância e muitas vezes resiste ao tempo. Ele acontece, e é impossível de se controlar o que está por vir quando dois olhos se cruzam e ali, numa fração de segundos histórias de duas vidas tão distintas possam se entrelaçar.
Como a história de hoje,  da Rosa e do Mar. Ela, vivia ali, toda delicada, presa em suas raízes, ainda muito jovem, começava a se abrir para a vida. Se banhava diariamente com a luz do sol enquanto observava a tudo e a todos a sua volta. Seu sonho era ser livre. Até que um dia, guiada pelos raios solares  avistou o Mar.
 Como admirou sua liberdade de ir e vir. De pronto foi tomada pelo verde que a deixou em transe, e que costumava seduzir todas as outras flores do mesmo jardim. Ele chegava cada dia mais perto dela, e embora tivesse muitos anos de vida perto da menina flor, a encantava  com o barulho de suas ondas e sua alegria de viver. 
Quando conseguiu se  aproximar dela, foi impossível que não admirar suas pétalas, tão claras. Imediatamente a tocou. Envolveu todo o corpo da menina e nela encontrou o frescor que os anos aos poucos lhe tiravam. Ela, enfeitiçada, se deixou banhar pelas espumas do mar . E foi com um beijo longo que os dois de fato se encontraram nessa jornada chamada vida.
 Levou com ele uma canção, para que Rosa pudesse guardar com ela todas as vezes que quisesse se lembrar daquele encontro, pois era chegado o momento de partir.
 Rosa passou os anos registrando em suas folhas as lembranças de um beijo e do dia em que teve nos seus olhos os reflexos verdes do mar...
E todos os dias em que seu amigo sol não aparecia e dias cinzas se derramavam em chuva- a já então- flor mulher buscava na canção deixada pelo Mar, inspiração para esperar que os raios de luz anunciassem seu tão aguardado retorno.
E como hoje é dia de Quinta da Saudade, escolhi como tema desta história "(You Make me Feel)A Natural Woman", canção de Carole King, Gerry Goffin e Jerry Wexler, gravada por Aretha Franklin em 1967.
 É ela que rosa ouve quando quer se recordar do mar.



Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Djavan e Eles

Pétala - dia de celebrar o cantor e compositor muso deste blog e de muitos outros poetas e escritores Foto: Tati Valente Dia de Djavanear o que há de bom. Os leitores do Falando em Sol já estão cansados de saber o apreço que tenho pela obra do alagoano Djavan Caetano Vianna, e que todo ano, esta data aqui é celebrada em forma de palavras. O que posso fazer, se Djavan "invade e fim"? Para comemorar seu 76º aniversário, selecionei cinco momentos em que ele dividiu cena com outros nomes da música popular brasileira. O resultado: um oceano de beleza. Tudo começou aqui. Este foi o meu primeiro contato com Djavan e tenho a certeza que de toda uma geração que nasceu nos anos 1980. Ele é Superfantástico! Edgard Poças...obrigada por isso... Azul é linda, amo ouvir e cantar até cansar...  Com Gal e Djavan então...o céu não perde o azul nunca... Esse vídeo foi em um Som Brasil, no ano de 1994. Desculpem, posso até parecer monotemática, mas Amor de Índio é linda. Mais linda ainda com est...

Quinta da Saudade : Barracão de Zinco

Véspera de Natal e dia da famosa quinta da saudade. E a data esse ano pede (deveria pedir sempre) reflexões sobre nossas atitudes e o que podemos fazer para melhorar, evoluir. Especialmente num ano de tantas perdas, em que muitas vezes tivemos de abrir mão de estar com quem amamos para preservá-los.  E Natal para mim, desde a infância teve uma atmosfera mágica : desde o decorar a casa, até acreditar no Papai Noel e esperar pela meia-noite sempre foi muito aguardado, e ainda é. Mas o papo aqui é música, e vou contar a história de uma serenata que me lembro ter participado ainda criança (década de 80)  lá no bairro do Embaú, em Cachoeira Paulista, no Vale do Paraíba. Todos os anos nos reuníamos entre familiares e amigos e o samba era o ritmo que fazia a trilha sonora das festas. Ali tocavam Fundo de Quintal, Zeca Pagodinho, Originais do Samba, Beth Carvalho, Clara Nunes, Almir Guineto, Martinho da Vila e assim a noite corria. Uma tia avó, chamada Cândida (Vó Dolinha para nós), g...

Bituca é Nosso!

Cara Academia do Grammy. Fica aqui nossa indignação pela forma como nosso Milton Nascimento foi recebido no evento de ontem. Sem mais, Tatiana Valente, editora responsável pelo Falando Em Sol.