Pular para o conteúdo principal

Aline Chiaradia celebra Clara Nunes no Sesc Mogi

 


Homenagem - No ano em que se completa 40 anos da partida de Clara Nunes, Aline Chiaradia leva sucessos da cantora mineira para o Sesc Mogi
Foto: Lethicia Galo

A cantora mogiana Aline Chiaradia tinha há alguns anos um sonho: junto de seu grande amigo, o ator e publicitário Arthur Netto, remontar o musical "Brasileiro Profissão Esperança".  Escrito por Paulo Pontes, com músicas de Dolores Duran e Antônio Maria foi estrelado por Clara Nunes e Paulo Gracindo e dirigido por Bibi Ferreira. O musical teve ainda um álbum lançado no ano de 1974. Infelizmente em 2006 o jovem Netto faleceu, após ser brutalmente espancado ao sair de uma casa noturna de Mogi das Cruzes. O sonho de poder interpretar canções de Clara Nunes em um único espetáculo ficou guardado por anos e para a alegria dos fãs das cantoras - da mineira e da mogiana- se tornará realidade no dia 10 de agosto (quinta-feira). O Sesc de Mogi das Cruzes receberá Aline Chiaradia e banda para um show todo dedicado à cantora conhecida como Sabiá.

Para Aline, que sempre trouxe em seu repertório algumas das canções que fizeram sucesso na voz de Clara, esta é uma oportunidade de celebrar uma artista que a arrebatou desde a infância. Por suas roupas, indumentárias e a representatividade de uma cantora nascida da perspicácia de um mercado fonográfico que sentia a necessidade de se criar uma nova Carmem Miranda.

"A Clara é a porta-voz do sentimento do povo, ela é a identidade brasileira, isso está no seu repertório, nas suas entrevistas e no seu canto. Foi a primeira cantora a vender meio milhão de discos, numa época dominada por artistas homens.  Ela abriu a porta pra muitas mulheres e foi e é, sem dúvida, um ícone da nossa MPB", conta.

A cantora e compositora mogiana lembra ainda sobre a forma como o encontro da estrela  com o samba já estava "escrito em sua alma", sua autenticidade, como foi "abraçada" por outras cantoras da MPB e pela escola de samba Portela .  A " Guerreira ", outro apelido de Clara, atravessou o tempo cantando os orixás e quebrando as barreiras do preconceito. Para o show do dia 10, Chiaradia contará com os músicos Igor Damião no violão, Carlos Augusto no Cavaquinho, Cleiton Pellado na percussão, Maurício Gerace no baixo e Rafael Lourenço na bateria. O repertório promete celebrar várias faces da brasilidade que Clara Nunes trazia em seus discos.

"O show é uma festa, fui me dando conta, durante a minha pesquisa, de que a Clara era uma festa. Mesmo quando ela cantava as tristezas do nosso povo, ela cantava com esperança. Então tem muita canção pra ser cantada junto: 'Tristeza pé no chão"", Conto de Areia", o 'Canto das três raças', 'O Mar Serenou', 'Morena de Angola', adianta Aline que festeja ainda seu primeiro projeto no Sesc Mogi.

"Eu já cantei no Sesc por meio do Festival ExpoSamba, mas não era um projeto meu, eu era convidada. A verdade é que o Sesc representa a arte em sua diversidade, tem a preocupação de formar público, e todo mundo deseja estar nesse lugar, então, para mim, é alegria e conquista. Estou muito feliz."

Serviço

Aline Chiaradia - Canta Clara Nunes

Data: 10 de agosto de 2023 (quinta-feira)

Horário: 20 horas 

Sesc Mogi das Cruzes

Ingressos: https://www.sescsp.org.br/programacao/canta-clara-nunes/

Preços

Inteira: RS 25,00

Meia - estudantes, servidores de escolas públicas, pessoas com 60 anos ou meia, pessoa com deficiência e acompanhante: R$12,50

Associados do Sesc: 7,50

Crianças até 12 anos não pagam


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Djavan e Eles

Pétala - dia de celebrar o cantor e compositor muso deste blog e de muitos outros poetas e escritores Foto: Tati Valente Dia de Djavanear o que há de bom. Os leitores do Falando em Sol já estão cansados de saber o apreço que tenho pela obra do alagoano Djavan Caetano Vianna, e que todo ano, esta data aqui é celebrada em forma de palavras. O que posso fazer, se Djavan "invade e fim"? Para comemorar seu 76º aniversário, selecionei cinco momentos em que ele dividiu cena com outros nomes da música popular brasileira. O resultado: um oceano de beleza. Tudo começou aqui. Este foi o meu primeiro contato com Djavan e tenho a certeza que de toda uma geração que nasceu nos anos 1980. Ele é Superfantástico! Edgard Poças...obrigada por isso... Azul é linda, amo ouvir e cantar até cansar...  Com Gal e Djavan então...o céu não perde o azul nunca... Esse vídeo foi em um Som Brasil, no ano de 1994. Desculpem, posso até parecer monotemática, mas Amor de Índio é linda. Mais linda ainda com est...

Quinta da Saudade : Barracão de Zinco

Véspera de Natal e dia da famosa quinta da saudade. E a data esse ano pede (deveria pedir sempre) reflexões sobre nossas atitudes e o que podemos fazer para melhorar, evoluir. Especialmente num ano de tantas perdas, em que muitas vezes tivemos de abrir mão de estar com quem amamos para preservá-los.  E Natal para mim, desde a infância teve uma atmosfera mágica : desde o decorar a casa, até acreditar no Papai Noel e esperar pela meia-noite sempre foi muito aguardado, e ainda é. Mas o papo aqui é música, e vou contar a história de uma serenata que me lembro ter participado ainda criança (década de 80)  lá no bairro do Embaú, em Cachoeira Paulista, no Vale do Paraíba. Todos os anos nos reuníamos entre familiares e amigos e o samba era o ritmo que fazia a trilha sonora das festas. Ali tocavam Fundo de Quintal, Zeca Pagodinho, Originais do Samba, Beth Carvalho, Clara Nunes, Almir Guineto, Martinho da Vila e assim a noite corria. Uma tia avó, chamada Cândida (Vó Dolinha para nós), g...

Bituca é Nosso!

Cara Academia do Grammy. Fica aqui nossa indignação pela forma como nosso Milton Nascimento foi recebido no evento de ontem. Sem mais, Tatiana Valente, editora responsável pelo Falando Em Sol.