Nos dias 05 e 06 de agosto, Mogi das Cruzes será tomada pelas artes. Da música às artes plásticas, dos mais variados tipos de dança; do teatro às oficinas de cinema, a cidade será povoada por quem respira cultura, reunindo mais de 60 artistas . Promovida pela Frente Popular pela Cultura de Mogi das Cruzes acontecerá a segunda edição da " Desvirada Cultural", evento que busca proporcionar a circulação de obras e diversas manifestações artísticas pela ruas de Mogi.
Locais como o Espaço Ousadia, bares como o Beco Bar, Severina e Baratotal; Colégio de Arquitetos e o Cursinho Popular Maio de 68 serão sedes para as apresentações e mesas de debates. O Galpão Artur Netto também será um dos locais conde acontecerão de seminários, exposições e shows no domingo . O "Juliana Rodrigues Trio" se apresentará nesse dia, e segundo a musicista o evento é, além de uma forma de reunir os artistas mogianos, manifestar a insatisfação com o descumprimento do Plano Municipal de Cultura por parte da atual administração do município.
" A importância deste evento é em primeiro lugar por ser comunitário, a proposta dele é congregar todos os artistas de Mogi, e desta maneira, digo como participante também, fico conhecendo os artistas, meus colegas, possíveis parceiros e a gente vai criando esse vínculo e criando essa comunidade. A Desvirada é um manifesto, entre outras coisas, esse movimento está lutando por um maior orçamento para a área cultural, se justificando num documento que é o Plano Municipal de Cultura, que tem uma importância muito grande, vem das Conferências Nacionais de Cultura e estabelece algumas metas para o município e orçamento atual está descumprindo essa meta de orçamento prevista no plano", conta Juliana.
Para este ano a "Desvirada Cultural", tem como meta ainda promover debates intensos na cidade sobre políticas públicas para a cultura. O Manifesto que será lido na abertura do evento com três reivindicações prioritárias. O movimento é formado por diversos coletivos, territórios, trabalhadores e trabalhadoras da cultura.
"Como primeira prioridade, propomos o aumento do orçamento da cultura para 20 (vinte) milhões de reais, cumprindo a Meta 2 (dois) estabelecida no Plano Municipal de Cultura para o período de 2020 a 2030. Essa meta tinha previsto alcançar, no mínimo, em 2022, recursos equivalentes a 0,6% do Orçamento Geral do município. Seguindo o disposto na Lei de Diretrizes Orçamentárias e considerando o orçamento efetivamente disponível no início do exercício da Secretaria Municipal de Cultura como base de cálculo (conforme o PMC se refere), a meta não foi cumprida pelo Poder Público local. No último ano, apenas um pouco mais de 0,3% do orçamento foi investido na Secretaria mencionada. Assim, torna-se fundamental a implementação efetiva da Meta 2 para que se alcance o patamar estabelecido, garantindo um orçamento adequado à cultura e fortalecendo as ações culturais no município. Isso possibilitará o desenvolvimento de projetos e iniciativas que contribuam para a promoção evalorização da cultura local, beneficiando a comunidade e enriquecendo a vida cultural de todos os cidadãos.
Como segunda prioridade, propomos a implementação efetiva da política pública de fomento cultural, destinando no mínimo 40% dos recursos previstos em lei para a cultura ao Programa de Fomento à Arte e à Cultura (PROFAC). É crucial desenvolver um marco regulatório que assegure e sistematize a distribuição descentralizada dos recursos públicos, com prioridade para os bairros, periferias e regiões rurais. Historicamente, essas áreas têm sido negligenciadas em termos de ações, projetos e apoio financeiro à cultura. Essa abordagem visa corrigir o desequilíbrio histórico entre o centro da cidade e os distritos mais distantes, garantindo apoio à cultura local e valorizando a diversidade cultural existente em Mogi das Cruzes, reconhecendo e valorizando os diversos fazeres e saberes culturais. Nossa reflexão se concentra em um programa de fomento que verdadeiramente transforme a realidade social da cidade, abrangendo seus diversos segmentos, espaços e manifestações culturais. Isso inclui o apoio a territórios de cultura, bem como a promoção de pesquisas, produções, criações e difusões artísticas e culturais, abrangendo teatro, circo, dança, música, literatura, artes plásticas, fotografia, cinema e outras expressões. Além disso, valorizamos as manifestações culturais de matrizes afro-brasileiras, como grupos de congadas, marujadas, moçambiques, folia de reis, capoeira e rodas de samba. O objetivo principal é promover a cidadania e garantir a igualdade de gênero, bem como proporcionar oportunidades equitativas para as populações periféricas, rurais e urbanas, incluindo povos indígenas, ciganos e caipiras, bem como a população LGBTQIA+ e promover a valorização da diversidade religiosa, entre outras questões importantes.
Como terceira prioridade, defendemos a implementação da Lei Cultura Viva no município. Essa legislação visa garantir a proteção, incentivo e apoio público aos territórios, pontos e espaços culturais, que funcionam como Pólos Referenciais para a disseminação, pesquisa e criação das diversas manifestações artísticas e culturais da cidade. A Lei Cultura Viva é um marco legal federal que também está em vigor no estado de São Paulo e em diversos municípios do Brasil. Ela é derivada das perspectivas estruturantes da política pública nacional, fundamentada nas diretrizes elementares do Sistema Nacional de Cultura e do Plano Nacional de Cultura. Portanto, sua implementação no âmbito municipal contribuiria significativamente para o desenvolvimento e promoção da cultura local."
É possível conferir programação completa da Desvirada Cultural 2023 nas redes sociais da Frente Popular Pela Cultura : Instagram - https://www.instagram.com/frentemogi/ ou no Facebook - https://www.facebook.com/frentemogi/
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