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Mulheres no Rock - Giovanna Moraes põe " As Mina no Poder"



No Poder - autêntica e irreverente a paulistana Giovanna Moraes mostra que o rock também pode e deve ser das "minas"
Foto: Ariel Jaeger

 "É que mulher é difícil, não vai pra frente. No rock então..."

Parece discurso de machista de plantão né.  Mas não. 

  Com esse desabafo a roqueira paulistana Giovanna  Moraes dá o recado, de que as "minas" podem e têm plenas condições de fazer rock ou tomar conta do poder, como podemos conferir  em seu single lançado em deste ano " As Mina no Poder". 

 A música é uma das faixas do EP homônimo, que traz ainda " Fala na Cara", um rock com uma guitarra potente -tal como a voz da intérprete-  que dá tom à autenticidade e  ao posicionamento firme de Giovanna, uma artista mostra com sua essência  a que veio, dizendo o que realmente pensa seja em suas letras ou em suas redes sociais.

" Eu acho engraçado, eu faço conteúdo querendo provocar uma reação mesmo e acho que a resposta que recebo nas mídias sociais me ajuda a entender o mundo que eu vivo e o tipo de crítica que pessoas como eu recebem. Isso me ajuda a fazer música melhor".

E é com essa mina de Sampa com o rock na veia e na alma que o Especial Mulheres no Rock está de volta para vocês, leitores do Falando em Sol.



FS- Como começou sua carreira?

Escrevo música desde criança mas demorei muitos anos para tomar coragem e me assumir artista. Minha trajetória oficial começa em 2017 primeiro como um projeto de arte pessoal e experimental e depois de uma maneira mais profissional no rock levando meu show "Para Tomar Coragem" para várias cidades pelo Brasil. 


FS-Quem são suas referências?

Acho essa pergunta chata pra caramba. Tudo é referência e quando eu faço meu som não estou buscando fazer algo parecido com alguém  .Isso sendo dito, o que eu ando mais ouvindo esse ano é Charlie Brown Jr. 


FS- Como o rock entrou na sua vida?

Eu acho que minha essência sempre foi muito rock n roll. Rock é atitude é contracultura e as letras das minhas músicas desde meu começo eram pautadas nisso. Quando comecei a fazer show me vi adaptando várias músicas minhas que eram experimentais e colocando guitarra pra facilitar a entrega ao vivo. Fazendo show fui me encontrando no rock, no feedback das pessoas sobre minha presença de palco agressiva e tom de voz imperativo. Fui ficando mais a vontade com aquilo e quando vi já fazia parte do rock. 


FS- Você se lembra da sua primeira composição? Como Foi?

Sim. Tinha 7 anos e a música era bem ruim rsrs 

FS- Toca algum instrumento?

Um pouco de tudo, meu primeiro instrumento foi o violão, quando fui entrar na música quis aprender um pouco de teoria musical e fiquei uns anos fascinada pelo piano. Ai me apaixonei por ritmos e quis aprender um pouco de bateria, de baixo. Acho importantíssimo ter alguma base musical até para conseguir colaborar e construir as músicas do nosso jeitinho. 

 

FS- Já enfrentou algum preconceito por ser mulher e musicista? As minas estão de fato no poder?

Sim, todo dia nas minhas redes sociais enfrento e até no mundo real de uma maneira mais indireta. Ainda tem muito machismo na estrutura da nossa sociedade, e meu trabalho busca provocar para tocar no assunto e ver se a gente não consegue deixar um mundo melhor para as próximas gerações. As mina não tão no poder, ainda, as coisas tão caminhando talvez, tem uma garotada jovem bem desconstruída mas a real é que tem pouca escolha ainda para as meninas crescendo, poucos exemplos de mulheres fora do padrão “venda de corpo”. O meu trabalho busca oferecer uma segunda via para isso tudo. 


FS- Qual a maior dificuldade que você encontra como artista independente?

Acesso. Muitas panelinhas e você acaba com poucas vias se você não está disposto a abrir mão de alguns valores. 

FS- Você é muito ativa nas redes sociais, e super sincera. Como lida com os haters?

Os haters na verdade são meus fãs (rs), me ajudaram a conseguir um alcance gigantesco, sou grata. Eles entram no meu perfil diariamente, nem me seguem mas não perdem um vídeo. Eu acho engraçado, eu faço conteúdo querendo provocar uma reação mesmo e acho que a resposta que recebo nas mídias sociais me ajuda a entender o mundo que eu vivo e o tipo de crítica que pessoas como eu recebem. Isso me ajuda a fazer música melhor. 


F.S- Como você se define como artista?

Independente .


F.S- Com quem gostaria de dividir o palco um dia?

Com a Pitty.

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