Pular para o conteúdo principal

Quinta da Saudade : Penas do Tiê ( Você)


Tiê -pássaro que ganhou uma belas lendas e canções como a gravada por Raimundo Fagner e Nara Leão
 Foto: Rudimar Narciso Cipriani/ Reprodução G1


Se tem algo que amo observar é a liberdade dos passarinhos. 
Eles sim, são felizes. Vivem livres para voar para onde bem entenderem. Não são presos a convenções sociais ou a dogmas. Cantam e voam. E como são lindos...
A ave considerada a mais bela do mundo é brasileira. Pode ser encontrada na Mata Atlântica e tem o nome de tiê-sangue.  Como vocês podem ver na foto que ilustra esse texto é bem vermelhinha e, segundo especialistas o seu charme maior é ter essa coloração.
Mas o que mais gosto de nossa cultura é que pra tudo se tem uma história, uma lenda. E o tiê-sangue tem a sua...
" Era uma vez uma bela indígena de nome Tiê. Todos em sua aldeia a conheciam por sua beleza e valentia. Era perfumada como as flores do Ipê. Embora fosse uma exímia guerreira, não gostava de fazer guerra. Sua grande paixão era estar na natureza, no meio das mais belas flores trazidas pela primavera e sonhava, um dia poder voar e ser livre como os pássaros. Pedia em segredo para que Tupã a transformasse em uma ave, para poder conhecer as mais diversas paisagens.
Um dia, uma batalha entre tribos rivais levou Tiê para o front. Ferida por seus rivais sangrou muito e lavou a terra com seu sangue vermelho. Vendo a jovem falecer, o deus Tupã decidiu realizar seu grande sonho. Transformou o sangue da guerreira sonhadora no mais belo pássaro de nosso país, que enfeita as matas com suas penas vermelhas e que emudece os outras espécies com seu canto duro e forte."
E depois de conhecer essa história , tenho a explicação para gostar mais ainda da música "Penas do Tiê ou Você". No trecho que diz " E tem na boca a cor das penas do Tiê", o letrista se refere ao tom avermelhado das penas do pássaro. 
A canção de autoria de Hekel Tavares e Nair Mesquita ganhou adaptação de Raimundo Fagner e foi gravada pelo cantor e compositor cearense e Nara Leão no álbum " Manera Fru Fru, Manera ou O Último Pau de arara " no ano de 1973.
Gosto tanto de cantar essa música que estou tentando aprender a tocar, e já pedindo desculpas pelo violão mal tocado, divido ela com vocês na minha Quinta da Saudade de hoje.



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Bituca é Nosso!

Cara Academia do Grammy. Fica aqui nossa indignação pela forma como nosso Milton Nascimento foi recebido no evento de ontem. Sem mais, Tatiana Valente, editora responsável pelo Falando Em Sol.  

Djavan e Eles

Pétala - dia de celebrar o cantor e compositor muso deste blog e de muitos outros poetas e escritores Foto: Tati Valente Dia de Djavanear o que há de bom. Os leitores do Falando em Sol já estão cansados de saber o apreço que tenho pela obra do alagoano Djavan Caetano Vianna, e que todo ano, esta data aqui é celebrada em forma de palavras. O que posso fazer, se Djavan "invade e fim"? Para comemorar seu 76º aniversário, selecionei cinco momentos em que ele dividiu cena com outros nomes da música popular brasileira. O resultado: um oceano de beleza. Tudo começou aqui. Este foi o meu primeiro contato com Djavan e tenho a certeza que de toda uma geração que nasceu nos anos 1980. Ele é Superfantástico! Edgard Poças...obrigada por isso... Azul é linda, amo ouvir e cantar até cansar...  Com Gal e Djavan então...o céu não perde o azul nunca... Esse vídeo foi em um Som Brasil, no ano de 1994. Desculpem, posso até parecer monotemática, mas Amor de Índio é linda. Mais linda ainda com est...

Centenário Inezita Barroso

  Centenário - pesquisadora de nossa cultura popular, Inezita reunia gerações em seu programa exibido todos os domingos pela TV Cultura Foto: Reprodução Itaú Cultural Ontem, dia 4 de março, foi celebrado o centenário de uma mulher, que enquanto esteve aqui, neste plano, viveu por e para a música brasileira: Inezita Barroso. Conhecida como  a "D ama da Música Caipira", por trinta anos  abriu as portas de seu programa Viola, Minha Viola, exibido pela TV Cultura, para receber artistas da velha e nova geração.  Nascida Ignez Madalena Aranha de Lima no ano de 1925 na cidade de São Paulo adotou o sobrenome Barroso do marido. Foi atriz, bibliotecária, cantora, folclorista, apresentadora de rádio e TV.  Segundo a neta, Paula Maia publicou em seu Instagram, foi uma das primeiras mulheres a tirar carteira de habilitação e viajou por todo país para registrar músicas do folclore brasileiro.  Recebeu da Universidade de Lisboa o título de honoris causa em folclore e art...