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Entrevista - Artista mogiana Thais Mello lança seu primeiro single " O Som do Vento"


Estreia - a bailarina, coreógrafa, cantora e compositora mogiana Thais Mello estreia hoje seu primeiro single " O Som do Vento"
Foto: Jessy Bueno

 Em algumas pessoas a música está impregnada na alma. Em algum momento da vida ela se manifesta. Seja no canto, na execução de um instrumento musical, no simples ato de assobiar ou até mesmo na dança. E é algo tão intenso que se algum incidente impossibilita que esse dom se manifeste, ela se reinventa e surge de outra forma: na escrita e até mesmo numa composição.

Foi exatamente assim com a artista mogiana de 39 anos Thais Mello. Bailarina desde a primeira infância, se viu afastada dos palcos devido a um rompimento do ligamento do joelho. A coreógrafa e diretora de movimento, vencedora de inúmeros prêmios e que já havia estrelado diversos videoclipes e campanhas publicitárias se via em uma condição inédita : a de não poder executar seu maior amor, a dança.

 A música não se conformou. sentiu muito a falta da bailarina  e  decidiu se manifestar na forma de canto, coisa que Thais já fazia na adolescência, quando o irmão mais velho Daniel  Prado, na época aprendendo a tocar violão a convidava para acompanhá-lo nos vocais.  Onze anos mais tarde teve sua primeira experiência como cantora no casamento do irmão, e depois do acidente se tornou vocalista da  Band It, banda tradicional na cidade de Mogi das Cruzes. Daí então se dedicou com afinco ao canto, tendo em Los Angeles a mentoria de Micah Plissner, coach de cantoras como Demi Lovato e Kate Perry.

No período da pandemia Thais, que desde a infância escreve poesias, deixou aflorar mais uma das manifestações da música : a de compositora. Em uma noite, enquanto tocava seu ukulelê recebeu- como se fosse um instrumento de transmissão-  totalmente pronta "O Som do Vento" que estreia hoje em todas as plataformas musicais e também no seu canal no YouTube .  O single  teve a produção do também músico mogiano Luiz Cunha.

Hoje a artista multifacetada se divide entre a dança e o canto. Com a irmã Carol, também coreógrafa e bailarina, administra a Talento MasterClass, e atua como diretora de movimento em clipes e publicidade. 

E é a mogiana, com o corpo, a voz e a alma em serviço da música a entrevistada do Falando em Sol de hoje.

(Tatiana Valente)

F.S - Quais sãos as suas primeiras lembranças relacionadas com a música?

São inúmeras as lembranças, até difícil de qualificar quais foram as primeiras. Meus pais sempre foram muito ligados à Música. Meu pai colocava muita música Erudita para a gente ouvir. Bach, Mozart, Beethoven, Saint- Saëns, Rossini entre vários outros... Já a minha mãe colocava Queen, Elton John, Rod Stewart, Red Hot, Faith no More, Aerosmith. Eram as bandas que ela mais usava para dar suas aulas de inglês. Fora os vinis, eu e minha irmã brincávamos muito de produzir espetáculos de Teatro e Dança e sempre usávamos umas cassetes de Jazz dos meus pais com Billie Holiday, Ella, Chet Baker, Miles Davis e tantos outros.


F.S - Como começou a cantar? Onde foi seu primeiro palco?

Quando meu irmão começou a aprender o violão, ele me chamava no quarto dele para aprender a fazer os Backing Vocals pra ele. Eu devia ter uns 12 anos na época. Uma das primeiras pessoas que disse para mim que eu cantava bem, foi o Luiz, que na época era o baterista do meu irmão e hoje, depois de tantos anos, é justamente quem está produzindo minhas músicas. Minha primeira vez cantando para um público, foi no casamento do meu irmão aos 23 anos só. E acho que meu primeiro palco foi com a Bandit em algum evento.  

F.S- Como começou a compor ? Qual a história de "O Som do Vento"? 

Eu escrevo desde pequena textos e poesias. Já tendo, inclusive, participado e ganhado algumas competições e festivais, mas nunca conseguia imaginar fazer música com isso. Aliás, eu nunca nem sonhei que um dia seria cantora. Um pouco antes da Pandemia, eu resolvi me desafiar e pela 1° vez compus uma música. Apesar dela ainda não ter sido batizada, será essa a minha segunda a sair. Mas foi na Pandemia, que a Bruninha e o Rafa (Sonho a 2), me deram de presente um Ukulele para me incentivar a tocar algum instrumento. Foi aprendendo a tocar e descobrindo "acordes" que começaram a surgir algumas melodias na minha cabeça. "O Som do Vento" foi a 1° música em português que eu compus junto ao Ukulelê, antes vieram umas 10 músicas todas em inglês. Essas ainda serão produzidas, mas estou priorizando as em português.  "O Som do Vento" veio numa noite, deitada na cama com o Ukulelê no colo. Veio pronta, música e letra, como se eu só tivesse sido o veículo para algo que já estava pronto só esperando ganhar corpo. Ela fala de saudade, de desejo de estar perto de alguém que ainda é amado, mas que ficou em outro lugar. Essa é a minha primeira música a ser colocada no mundo. Mas a fila da produção está grande, (risos).Eu nunca pensei que houvessem compositoras ou compositores que fossem inspiração para mim. Até a Alanis vir ao Brasil e me fazer perceber o quanto ela foi uma inspiração para mim como compositora. Mas sempre me encantou a arquitetura das letras de Chico, Alceu, Caetano, Gil . Já sobre vozes, Etta James, Aretha Franklin, Marisa Monte, Ney, Elton, Fred Mercury, Steven Tyler, Prince, Bowie e George Michael foram os meus primeiros amores.

F.S - E sua história com a dança, como foi?  Te ajuda na hora de cantar?

 Eu comecei a dançar aos 4 anos de idade. Passei na frente de uma escola de Dança, vi o desenho de uma sapatilha, perguntei o que era, minha mãe respondeu e eu disse: Eu quero (sem realmente saber do que se tratava). Foi isso (risos).Nunca mais saí. A dança é meu oxigênio. E a música só se tornou uma opção, quando eu rompi o ligamento do joelho e tive que parar de dançar por um tempo. E bailarino parado nesse país, é bailarino sem ter onde cair morto. Foi quando surgiu o convite do Lelo para integrar a Bandit. Hoje eu me divido principalmente entre a Música e a Dança. Continuo trabalhando como coreógrafa, dando cursos, consultoria, criando para o Talento MasterClass que é a minha marca junto da minha irmã e fazendo direção de Movimento em clipes e publicidade. A Dança com toda certeza ajuda na Música. Para ser um bailarino, você também precisa ser um ator e um atleta. Então ajuda na interpretação de cada música, a contar a história que ela pede, a se movimentar no palco, com o trabalho com a respiração...

F.S Quem são os músicos que te acompanharam em " O Som do Vento"?

 Lucão foi o primeiro a tocar a minha música. No começo do ano passado, em uma das Edições do Talento Masterclass, fizemos a música para ser tocada ao vivo na aula da nossa professora convidada, a Pri Ribeiro (São Paulo). Foi quando eu decidi finalmente gravar a música.  O Lucão (Lucas Brito), tocou violão e cantou comigo de 2018 até esse último sábado 13. Ele foi meu braço direito todos esses anos e me ensinou muito sobre música, ele é um músico de talento ímpar. Tinha que ser ele!Ele quem fez o Ukulelê na música que não tem violão.Quem fez o Baixo Acústico foi o Mateus Lima, que é o baixista da minha Banda e se tornou um irmão pra mim. Desde o começo, ele abraçou o projeto com o maior carinho possível. O Diego Guerino foi quem fez o Violino. Excepcional como sempre. O Diego trabalha comigo já faz uns 3 anos e também abraçou o projeto com muito carinho. A parte inteira da percussão, foi criada e executada pelo próprio Luizinho que foi por onde ele começou a produzir a música. 

F.S- Como é poder contar com o apoio de sua irmã na sua carreira musical?

A minha irmã salva-vidas!! Eu não conto com ela só na carreira musical, nós trabalhamos juntas em tudo. Todos os projetos meus são criados junto dela. Ou vice-versa. Eu me considero absurdamente sortuda por tê-la por perto.A "Caró", como eu a chamo desde pequena, foi quem co-criou comigo a concepção do Vídeo para "O Som do Vento", co-produziu e ainda por cima Dirigiu esse e meus últimos 4 vídeos do projeto _MLHRS_ e _AYUMI_ que é um vídeo de dança. Além de ser Diretora, Diretora de Movimento e Produtora, hoje ela também me ajuda a gerenciar minha carreira, que eu notei recentemente que é impossível fazer sozinha! A Caró é sempre a primeira a escutar as minhas músicas, é sempre critica comigo e sempre me ajuda a vencer meus maiores medos. Mas nessa caminhada, que parece recente, mas é bem longa, meus pais também foram essenciais. Eles sempre apoiaram nós 3 em tudo o ousássemos sonhar. Meu pai por exemplo, foi quem filmou meus projetos e fez a Direção de Fotografia, além do cenário. Os cenários ele já fazia em todos os meus projetos de dança também.  Eu conto muito com a ajuda da dos meus pais e da minha irmã e do meu tio Valdir Mello que SEMPRE está ao nosso lado nos projetos mais doidos. 

F.S - O que vem para o ano de 2024?

A próxima música (eu ainda precisa dar um nome para ela) e pelo menos mais outras 2 minhas. Além das minhas, ainda vai ser lançada mais uma em parceria com o meu amigo Cantor/ Compositor e Ator _Fábio Santarelly_ que já está em produção nas mãos de _Artur Gattolin_ . Eu espero que mais alguns colabs com o maravilhoso _Eddy Marchi_ e _Paulo Albino_ que fizeram 4 covers meus ano passado e fizeram um trabalho impecável! Eu espero um ano de muita criação e parceria com músicos e profissionais incríveis que eu conheci nesse 2023. Espero que minhas músicas cheguem ao público certo, cheguem a quem precisar ouvir o que eu tenho para contar e dividir.

Comentários

  1. Ahhh Thais é pura arte!! Amo poder acompanhar de pertinho cada projeto, lançamento e trabalhar com ela, ela me inspira demais!! 🤎🤎

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  2. É com muito orgulho e muita alegria que eu vejo esses sonhos e essa paixão transformando-se em projetos, construindo-se e vindo à luz.

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  3. Parabéns pela linda entrevista. Todo o sucesso do mundo pros meus amores (Thais e Carol) - Talentos Puros, Generosidade, Amor , Dedicação e um Orgulho da p...

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