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Entrevista - Marielli Marssal : nasce mais uma estrela no rock de Brasília


Promissora - a jovem que completa dezoito anos hoje vem conquistando seu espaço nos palcos da capital do país
Fotos: Bené França, Paulo Raimundo e arquivo Eliane de Castro



Todo nascimento é um um espetáculo. Tal qual aqueles em que compramos ingressos e e nos sentamos nas poltronas ou nos ajeitamos nos espaços para poder contemplar as apresentações artísticas. Por trás dos shows existem os bastidores, o trabalho do backstage de preparar tudo para que os protagonistas possam atuar com segurança e perfeição.
 Assim acontece quando nasce um bebê. Em março de 2006, dividida entre os bastidores do nascimento de Marielli, sua primeira filha e o show da Celebration Band de Brasília, a produtora Eliane de Castro sentiu as contrações que indicavam que mais uma estrela seria produzida por ela . Seria o espetáculo mais importante de sua existência, celebrado na sala da maternidade pelo pai Marssal Leone e pelos amigos que lotaram a sala de espera da maternidade para contemplara estreia de Marielli Marssal no palco da vida.
Seguindo os passos do pai, músico e compositor de várias bandas brasilienses, a menina desde pequena mostrou interesse e verve artística: instintivamente tirava no piano as notas que compõem " Pour Elise " de Beethoven, e o estudo do teclado surgiu de maneira natural. Cresceu rodeada pela música e atualmente é  vocalista da da banda "O Konjunto", um grupo musical com ares tropicalistas,  e traz em seu currículo  várias apresentações pelos palcos de Brasília e participou de Festivais renomados como o Festival Samamba Rock. Ano passado se apresentou no Ferrock, no mesmo dia em que se apresentou Tom Zé, grande inspiração do grupo, levando para o público um repertório um roteiro teatral com canções que  a ditadura militar gostaria que fossem apagadas pelo tempo.  Esse ano foi a vez do Universo Paralello, festival que acontece na Bahia conhecer toda a doçura e atitude de quem segue os passos de Rita Lee.
E hoje a jovem estrela completa dezoito anos e abre mais um ato de seu espetáculo: a da jovem mulher cantora, musicista e futura compositora que brilhará muito nos palcos de Brasília e de todo o país.
(Tatiana Valente)                                                                                                        




F.S - Quais as suas primeiras lembranças na música?    

       Minhas primeiras lembranças na música, acho que sempre vi uma certa inspiração no meu pai como músico dentro de casa e uma mais antiga, não bem lembrança mas é que vi vários vídeos de quando era pequenininha, devia ter uns quatro anos ou cinco e inclusive está no YouTube, tocando teclado e cantando, tudo errado, mas estava 'super' me divertindo e aquilo era a melhor coisa que estava fazendo naquele momento. Quando comecei na escola mais tarde, com uns dez onze anos me lembro de sempre estar cantando, querer participar de atividades em que cantavam, de apresentações. Queria sempre participar dessas atividades artísticas, principalmente de canto.






F.S - Quais suas referências musicais? Qual a importância dos teus pais na sua formação musical?      
Então, minhas maiores referências musicais de artistas em contato com minha mãe e com meu pai obviamente é o pessoal da Tropicália, Gal Costa, Chico Buarque, Rita Lee, Caetano Veloso, toda essa galera que me inspira muito no meu estilo musical e até nos shows , é uma inspiração. A importância dos meus pais na minha formação musical acho que são uma grande influência no meu estilo musical de hoje em dia. Quando era mais nova era sempre "ah não gosto de rock", atualmente é o contrário, tudo veio totalmente deles. E por sempre ver meu pai tocando, vendo minha mãe nesse mundo da música sempre me interessou muito e quando pude fazer parte foi uma realização para mim.                                                                                                                                                       




F.S - Como nasceu O Konjunto? 
 
 Foi uma criação meio que do meu pai, ele estava com essa ideia de homenagear o Arnaldo Baptista e aí ele foi conversar com o Mário Pacheco que coincidentemente tinha a mesma ideia e a princípio eles queriam fazer do disco "Lóki?", mas achou melhor fazer de uma coletânea do  ano 72  mais próximo do nosso show e depois falou com meu tio Marcelo e eles montaram a banda. Minha participação foi meio que inesperada, falei brincando com meu pai: " ah pai e se eu fizer um feat, assim na banda?" , nunca tinha mostrado esse interesse e ele falou vamos, com certeza, falou com todos e eles aceitaram e estou desde o começo lá, fazendo shows, e realizando expectativas e tudo mais.
                                                                                                               
                                                                                             

F.S - Como foi para você participar de Festivais como o Ferrock e Universo Paralello?   
Para mim foi uma felicidade imensa estar no Ferrock, no Universo Paralello com tão pouco tempo de carreira fico muito feliz por todo mundo ter confiado em mim, por ter visto meu talento, querer investir. O Ferrock já conhecia pela minha mãe, com o Felippe CDC, muito gratificante ver as pessoas se orgulhando de eu estar lá. O Universo Paralello conheci um pouco mais nova quando meu pai foi tocar lá, e desde quando ele falou pensei, "meu Deus do céu, quero conhecer esse festival, quero ir". Em 2022/2023 fui e não toquei e esse ano na edição 2023/2024 fui, e foi uma realização na minha vida, pois são dois festivais em que eu sempre sonhei me apresentar e estar no palco deles não tem explicação. É maravilhoso.
                     





F.S-  Qual a emoção de se apresentar no mesmo dia de Tom Zé e dos Mutantes? Consegue se lembrar como foi nos bastidores?  
    
Quando minha mãe, a produtora da nossa banda, me falou, fiquei embasbacada, falei " meu Deus, não acredito". Foi uma emoção enorme porque Os Mutantes e Tom Zé são grandes inspirações para o nosso show e infelizmente Os Mutantes não puderam se apresentar mas de qualquer forma foi uma emoção. Os bastidores foram muito corridos, a gente não conseguiu se encontrar com o Tom Zé, mas deu tudo certo.                                                                                                                                                                                   
                                                                                                                    
F.S- Você compõe? Tem trabalho autoral vindo por aí?                                              
                                                        
 Eu, Marielli Marssal não sei compor, ainda não tenho esse talento, mas não é nada que não possa ser aprimorado, um dia sai uma letra minha. Está vindo sim trabalho autoral aí, a gente (O Konjunto) está compondo algumas músicas e estamos prevendo lançar nossas músicas em alguns shows em Brasília e quem sabe fora, uma vontade muito grande da banda.       
                                                                          
F.S -Você também é artista plástica. O que é a arte para vc?                                          

Nossa. Arte pra mim como vem de berço é minha vida. Desde pequena sempre cantando, fazia muito artesanato, além dessa parte da música em mim, tem também a parte da plástica, não ligada para o desenho mais para o artesanato, algo que sempre amei muito. A arte é minha vida, é o que me inspira todos os dias, o que me traz vontade de viver ainda mais.
                                                                       
F.S -  O que vem de projeto em 2024?          
                                                                      
 O Konjunto deu uma paradinha agora para trazer esses trabalhos autorais mais pra frente e trazer um novo repertório para o show e está aprimorando, já trouxemos um tributo para Ray Charles (eu e meu pai) e a gente quer aprimorar esse show e rodar o Brasil inteiro.                                                                                                  


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