Pular para o conteúdo principal

Língua de Trapo prova que o que é bom, dura muito

 


Vanguarda- grupo revisita trajetória de 43 anos unindo música, humor e crítica política, amanhã no Teatro Jardim Sul
Foto: Divulgação/produção

No fim da década de 1970, tempo em que os brasileiros ainda viviam os terrores da ditadura, seis alunos da Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero se reuniram e decidiram unir música, humor  e crítica política. O sucesso nos corredores da faculdade foi inevitável e o então grupo lançou uma primeira fita demo, chamada "Sutil como um Cassetete".  A venda acontecia entre colegas, festivais de MPB, em shows, bares e circuitos universitários. Assim nasceu o grupo Língua de Trapo, que nessa sexta-feira 12 de abril, levará para o Teatro Jardim Sul, em São Paulo a partir das 21 horas  o show "Língua de Trapo, o que é bom dura muito!".
A banda formada por Laert Sarrumor (vocais); Sérgio Gama (vocais, violão e guitarra); Zé Miletto (teclados); Valmir Valentim (bateria) ; Cacá Lima (baixo e vocal) e Marcos Arthur (percussão) promete levar para o público um balanço dos quarenta e três anos de estrada com muitas histórias e canto. O projeto de celebrar a carreira estava previsto para o ano de 2020, mas a pandemia do coronavírus os impediu dar continuidade aos planos. Durante o período de confinamento realizaram lives e collab vídeos, e agora além de revistar  músicas que fazem parte da trajetória da banda irão apresentar novas criações.
O "Língua de Trapo" ficou conhecido, na década de oitenta, como um dos destaques do movimento Vanguarda Paulistana: artistas independentes, donos dos próprios selos que não se viam restritos à burocracia das grandes gravadoras.  Em 1983, ganhou o prêmio “Chiquinha Gonzaga”, de música independente, e, em 1984, o prêmio APCA como melhor conjunto vocal.Em 1985, participou do “Festival dos Festivais”, da Rede Globo de televisão, ficando entre as 12 finalistas com a música “Os Metaleiros Também Amam”, de Ayrton Mugnaini Jr. e Carlos Melo.
 O grupo já fez dueto e dividiu o palco com artistas renomados, como Emilinha Borba, Ângela Maria, Bezerra da Silva, grupo Demônios da Garoa, Tetê Espíndola, Maria Alcina, Falcão e Eduardo Dussek, entre outros. e serviu de inspiração para trabalhos importantes relacionados à música e humor, como os grupos Os Mulheres Negras e Mamonas Assassinas.
 Alguns dos integrantes do grupo produzem e apresentam a Rádio Matraca, um programa radiofônico de música, humor e curiosidades, veiculado há 34 anos pela Rádio USP, de São Paulo.
 Em 2005, lançou um Box comemorativo dos 25 anos da banda, pela gravadora Atração, com sua discografia completa até então – 6 CDs e um EP – e um DVD, “21 Anos na Estrada”, gravado no Teatro do Sesc Pompeia, em São Paulo.
 Participou de seis edições da “Virada Cultural” de São Paulo, sendo a mais recente no Teatro Municipal, em 2015, onde tocou na íntegra o repertório do disco “Como é bom ser Punk”, de 1985, com participação do Coral Lumiá XXI, regido pelo maestro Teco Galati. 

Em 2016 lançou o disco “O Último CD da Terra”, pela gravadora Genesis, que obteve três indicações para o prêmio Grammy Latino.


Serviço


"Língua de Trapo, O que é bom dura muito!

Quando : 12 de abril (sexta-feira) 

Horário: a partir das 21 horas

Onde: Teatro Jardim Sul - Sala 2

Endereço : Rua Itacaipuna, 61, Vila Andrade, São Paulo, SP

Ingressos :https://www.clubedoingresso.com/evento/linguadetrapo


 


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Quinta da Saudade : Barracão de Zinco

Véspera de Natal e dia da famosa quinta da saudade. E a data esse ano pede (deveria pedir sempre) reflexões sobre nossas atitudes e o que podemos fazer para melhorar, evoluir. Especialmente num ano de tantas perdas, em que muitas vezes tivemos de abrir mão de estar com quem amamos para preservá-los.  E Natal para mim, desde a infância teve uma atmosfera mágica : desde o decorar a casa, até acreditar no Papai Noel e esperar pela meia-noite sempre foi muito aguardado, e ainda é. Mas o papo aqui é música, e vou contar a história de uma serenata que me lembro ter participado ainda criança (década de 80)  lá no bairro do Embaú, em Cachoeira Paulista, no Vale do Paraíba. Todos os anos nos reuníamos entre familiares e amigos e o samba era o ritmo que fazia a trilha sonora das festas. Ali tocavam Fundo de Quintal, Zeca Pagodinho, Originais do Samba, Beth Carvalho, Clara Nunes, Almir Guineto, Martinho da Vila e assim a noite corria. Uma tia avó, chamada Cândida (Vó Dolinha para nós), g...

Djavan e Eles

Pétala - dia de celebrar o cantor e compositor muso deste blog e de muitos outros poetas e escritores Foto: Tati Valente Dia de Djavanear o que há de bom. Os leitores do Falando em Sol já estão cansados de saber o apreço que tenho pela obra do alagoano Djavan Caetano Vianna, e que todo ano, esta data aqui é celebrada em forma de palavras. O que posso fazer, se Djavan "invade e fim"? Para comemorar seu 76º aniversário, selecionei cinco momentos em que ele dividiu cena com outros nomes da música popular brasileira. O resultado: um oceano de beleza. Tudo começou aqui. Este foi o meu primeiro contato com Djavan e tenho a certeza que de toda uma geração que nasceu nos anos 1980. Ele é Superfantástico! Edgard Poças...obrigada por isso... Azul é linda, amo ouvir e cantar até cansar...  Com Gal e Djavan então...o céu não perde o azul nunca... Esse vídeo foi em um Som Brasil, no ano de 1994. Desculpem, posso até parecer monotemática, mas Amor de Índio é linda. Mais linda ainda com est...

Quinta da Saudade : A Trilha Sonora de Renascer

   Crush - Marcos Palmeira foi a capa do primeiro álbum da trilha sonora da novela de Benedito Ruy Barbosa Foto: Reprodução LP  Nem preciso dizer para vocês o quanto estou feliz. Ando desanimada com o rumo que a teledramaturgia vem tomando no país. Temos ótimos artistas e as novelas dos últimos tempos não prendem minha atenção. Sou noveleira assumida. Tanto que já -tá, podem rir ou me xingar a escolha é de vocês- deixei de sair de casa e já perdi paqueras por preferir assistir ao capítulo de uma novela. Vivi o romance dos personagens e deixei o meu pra outra menina viver. Mas desde segunda-feira este coração romântico bate com mais alegria após o Jornal Nacional: a minha novela xodó Renascer está de volta, depois de 20 anos. Era uma menina  entrando na adolescência quando me encantei pelo romance do "Coronelzinho" por Maria Santa. Leonardo Vieira e Patrícia França eram lindos de se ver em cena, e os atuais protagonistas Duda Santos e Humberto Carrão me mostraram ao s...