No domingo as redes sociais se dividiam: mensagens sobre a Páscoa e posts sobre os 60 anos do golpe militar no Brasil. Quanto ao segundo tema, não seria um aniversário de comemoração, mas de reflexão e de informação para a nova geração do que foi a Ditadura Militar no país.
Há 60 anos o presidente João Goulart era deposto. Se instaurava o regime militar, com sua característica autoritarista, dando início a uma série de prisões arbitrárias, torturas e assassinatos. A censura calava a voz dos artistas e da imprensa. Em 1967 foi instaurada a "Lei da Imprensa" que regulamentava a liberdade de manifestação de pensamento e de informação. Em outras palavras : nada que fosse contrário ao regime podia ser publicado. A cultura também passou pela censura. De acordo com o livro " Mordaça- Histórias de Música e Censura em Tempos Autoritários" dos jornalistas João Pimentel e Zé McGill, " O controle das músicas- vale dizer das letras- exercido pelo Departamento de Imprensa e Propagando (DIP), o órgão fiscalizador e repressor das ideias na ditatura varguista, serviu de modelo ao futuro Serviço de Censura e Diversões Públicas criado em 1946, já no período de redemocratização, com a precípua intenção de manter as manifestações artísticas sob alguma forma de controle (moral, político, ideológico) pelo Estado" (P.13).
Mas a genialidade de nossos compositores com seus jogos de palavras mostravam em canções e registravam para as gerações futuras todos os horrores deste período. Hoje no Falando em Sol divido com vocês 5 canções para lembrar que "Ditadura, NUNCA MAIS!"
Em "Sinal Fechado", Paulinho da Viola faz de uma conversa entre amigos um modo discreto de contar sobre como agia a censura no Brasil, num clima de tensão, e medo de se ter uma simples conversa na rua.
"Tanta coisa que eu tinha a dizer
Mas eu sumi na poeira das ruas
Eu também tenho algo a dizer
Mas me foge a lembrança"
Com a volta do irmão do Henfil
Com tanta gente que partiu
Num rabo de foguete
Chora a nossa Pátria, mãe gentil
Choram Marias e Clarices
No solo do Brasil
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