Desde menina gostava de ficar observando o céu, as constelações e suas particularidades . A Lua inclusive ganhou um post só dela aqui no Falando em Sol. O astro rei então, é meu xodó. Vocês têm observado o Sol ultimamente, com uma mancha vermelha em torno dele?
Pois nem preciso começar aqui um discurso inflamado - disso já basta o combustível usado para as queimadas- para dizer a maldade que o ser humano vem fazendo com o meio ambiente. Do jeito que estou brava, e de uma Valente brava pode-se esperar um turbilhão de valentias, iria presa como foi Greta Thunberg esta semana.
Mas voltando ao sistema solar amo observar a aurora anunciando o nascer do sol. Esta foto aí em cima fiz num dia pela manhã, aguardando a água do café ferver para começar mais um dia. Assim como amo me despedir do sol, quando ele promove no céu um espetáculo maravilhoso deixando as nuvens com tons de laranja e rosa. Parece saudar a chegada da Lua. A romântica aqui fica pensando na história do filme " Irmão Sol, Irmã Lua", dirigido por Franco Zeffirelli que conta os primeiros anos de vida de Francisco de Assis. Se ainda não assistiram, assistam e depois tirem suas conclusões.
Aliás lendas para explicar o surgimento do universo não faltam, e é um banho de cultura conhecer cada uma delas. Porém, há algumas semanas ao entrar em um carro de aplicativo fui surpreendida pelo motorista, se dizendo chateado com a filha. Eu, que gosto de uma boa prosa perguntei a ele "o que houve?", diante da frase " ela é adulta, casada e sabe que o que está fazendo é pecado". E o senhor indignado me contou:
" Ela foi criada na igreja e conhece desde pequena a palavra. Agora está gravida e vai por um nome na filha que não concordo. Minha irmã viu no YouTube do pastor X, é o nome de uma deusa lá nos Estados Unidos".
Curiosa perguntei :" que nome é?"
" Dona, o nome é Luna. Tanto nome bíblico pra colocar, Sara, Miriam, Raquel, Ester...", injuriado.
" Moço, até onde eu sei, Luna é lua em espanhol, em italiano, um lindo nome", tentei amenizar, fazendo a vez de advogada da filha.
" Mas moça o pastor disse que não presta", respondeu com convicção.
Dali em diante me calei. Não adianta explicar algo para quem não está disposto a compreender. Infelizmente muitas religiões ao invés de abrir as mentes para o aceitar o livre arbítrio do próximo e permitir a compreensão de que existem várias crenças e elas não devem disputar entre si, estimulam as brigas e o preconceito.
Entrei em casa, observei a despedida do sol e a chegada da causa da briga entre pai e filha. Foi Deus quem a criou. Imagina se esse senhor soubesse que em todo o universo temos várias destas "deusas" dançando quando finda a tarde...
Melhor deixar para lá.
Como muitas vezes sinto saudades do repertório que cantávamos no Coral, decidi cantar o sol e a lua, nos versos de Caetano Veloso. "Canto do Povo de um Lugar" foi lançada no LP "Jóia" em 1975 e já foi gravada por nomes como Renato Teixeira e Pena Branca & Xavantinho. Hoje na minha quinta da saudade, minha releitura para saudar o sol de todo dia.
Comentários
Postar um comentário