La Boom - a menina Shakira em show que aconteceu na casa noturna mogiana que tinha uma lona de circo e molhava toda a plateia que ensandecida cantava o primeiro hit da colombiana. Abaixo os flyers de shows no Metropolitan e no Clube Associação de Taubaté
"Ya sé que no vendrás..."
Foi impossível não me lembrar mentalmente dos versos que abrem o hit "Estoy Aqui" quando chequei meu Instagram no início da tarde de ontem. Daí por diante meu celular "bombou" de mensagens de minhas amigas perguntando se tinha visto a novidade: Shakira virá ao Brasil em fevereiro de 2025 para dois shows, um no Rio e outro em São Paulo.
Na hora voltei para meus dezesseis anos, de frente para o palco onde acabava de se apresentar Lulu Santos e sua banda "dream team" . Ainda em estado de graça me virava para procurar meu pai que estava embalado numa conversa com amigos da imprensa. Encontrei no meio da pista algumas colegas do colégio e o DJ anunciava a atração da semana seguinte: a colombiana retornaria à casa noturna. Dançando o hit que ganhou um remix especial de Memê Mansur era convidada pelas meninas para na voltar à La Boom. Este era o point dos adolescentes, e só fui lá por duas vezes, para ver o Lulu. Embora nunca tivesse a proibição de meus pais, sair para shows ou baladas na adolescência não era algo que os agradassem. Já grata por poder ter visto meu ídolo de pertinho me adiantei e respondi para as meninas: "já sabem, estar aqui hoje foi um milagre, não quero abusar". No fundo estava triste porque queria, como toda adolescente sair sem grandes problemas nem sermões.
Mas já conhecia todas as músicas da menina nascida em Barranquillas na Colômbia e que no seu terceiro álbum lançado- primeiro mundialmente- se jogava na estrada para divulgar suas composições autorais. De cabelos negros e rebeldes (como os meus) usava blusas, calças jeans, ou coloridas : a moda do fim dos anos 90.
A identificação com a artista era imediata, afinal ela entrava no palco com um violão, uma banda e tinha uma simplicidade no trato com as pessoas que com certeza rendia histórias contadas pelos colegas em todas as passagens dela por Mogi. Esta, em 97 se não me falha a memória foi a última.
Shakira se apresentou por todo Brasil, em clubes e casas noturnas, simples como a La Boom que tinha a estrutura de um circo, com uma lona que se abria no meio dos shows e molhava a plateia.
Em 1997 a compositora levava a turnê "Pies Descalzos" para a América Latina toda e consolidava sua fama com canções que tinham como ritmos o rock, o pop, o reggae e muitas letras que traziam como temas relacionamentos e até mesmo o aborto. Os ingressos custavam a partir de quinze reais, e ela além de soltar o vozeirão, tocava violão e gaita e ainda dançava discretamente, já dando uma amostra de suas origens árabes.
Ela não tinha luxos de estrela, nem se negava a dar entrevistas ou tirar fotos com fãs. Era uma operária de sua arte. Tudo isso me veio à memória ontem quando vi que a estrela conhecida mundialmente hoje lota estádios e faz turnês grandiosas.
É Shakira. Ensina pra essas meninas de hoje que teve muita estrada e muita humildade para hoje você poder dizer :"Las mujeres ya no looran. Las mujeres facturan".
Minha quinta da saudade vai para 1997, lembrar desse hit que marcou o início deste sonho da diva colombiana.
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