Pular para o conteúdo principal

Uma carta para Nelson Motta...



Olá Nelsinho...

Me desculpe a intimidade,diga à bela Pati, é com o carinho e respeito de uma admiradora e leitora que escrevo esta carta. Hoje é dia de celebrar os 80 anos do compositor, jornalista, escritor, roteirista, produtor que tantas outras coisas fez em favor da arte brasileira.
Como já disse aqui por inúmeras vezes em outras homenagens no mesmo 29 de novembro, desde a adolescência acompanho com afinco a sua obra. Leio os livros-aliás quero muito ler " Corações de Papel"- ainda não li, porém tenho a certeza de que foi redigido com toda sensibilidade que lhe é peculiar.
Essa carta aqui vem para  contar como você me inspirou ao longo destes anos e ainda me inspira. Muitas vezes quando estava triste ou decepcionada com algo, me vinham palavras tuas que diziam " não aprende a ganhar quem não sabe perder...".  E ali, enxugava minhas lágrimas e levantava a cabeça. Meu guru falou. Tá falado.
Aqui vai uma confissão para você saber de um outro momento em que me inspirou. Sou uma aspirante a sereia um tanto atrapalhada. Queria ser cantora sim, sonho de menina, fui do jeito que pude e consegui. Embora tenha uma grande curiosidade sobre como tocar um instrumento, nunca me achei capaz de. E a dança,  embora gostasse de dançar,sempre me foi um desafio.  Do alto dos meus 1'74, sou desajeitada, tenho uma coordenação motora péssima, vivo batendo nas coisas, caindo e minha noção de esquerda ou direita é medonha. Dançar espontaneamente tudo bem, mas em público, sempre ouvi que era muito "desengonçada". No pós- pandemia o acaso e a mudança de minha professora de yoga me levaram à dança do ventre. Me sinto "A Palestina" toda vez que reviro o ventre naquelas danças ancestrais. Ou a bela nua dançarina de "Areias Escaldantes".
Este ano vi em seu Instagram um texto teu  falando sobre a vontade de aprender a dançar .Quando li me identifiquei com você mais uma vez. Foi minha inspiração para redigir parte do roteiro do espetáculo "Tapete Vermelho" que apresentamos neste sábado no Teatro São Joaquim na cidade de Lorena. Mais de 400 pessoas foram tocadas e saíram do teatro com vontade de dançar. Algumas dançaram ali mesmo na frente da poltrona com as trilhas que fizeram a história do cinema. Daí entendi de uma vez por todas que o significado de "dançar bem, dançar mal e dançar sem parar" vale para todo mundo. 
E para você, que por inúmeras vezes me "tirou para dançar" com suas palavras dedico este vídeo. Como te disse: já fiz textão, listas com composições tuas, já cantei pra você (não imagina como fiquei feliz ao ver na mensagem que gostou de me ouvir cantar) e,  este ano tomei como lema a versão de "Fame". Aprendi a voar.
Com muito carinho desta fã, leitora e eterna aspirante a Sereia. Ou Palestina. Sou geminiana e minhas personalidades me permitem ser a personagem que quiser.
Um abraço imenso escorpião!
T.V
P.S: estou apresentando o espetáculo, tocando castanholas e de polainas laranja. Obrigada por me inspirar com suas histórias e canções.



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Quinta da Saudade : Barracão de Zinco

Véspera de Natal e dia da famosa quinta da saudade. E a data esse ano pede (deveria pedir sempre) reflexões sobre nossas atitudes e o que podemos fazer para melhorar, evoluir. Especialmente num ano de tantas perdas, em que muitas vezes tivemos de abrir mão de estar com quem amamos para preservá-los.  E Natal para mim, desde a infância teve uma atmosfera mágica : desde o decorar a casa, até acreditar no Papai Noel e esperar pela meia-noite sempre foi muito aguardado, e ainda é. Mas o papo aqui é música, e vou contar a história de uma serenata que me lembro ter participado ainda criança (década de 80)  lá no bairro do Embaú, em Cachoeira Paulista, no Vale do Paraíba. Todos os anos nos reuníamos entre familiares e amigos e o samba era o ritmo que fazia a trilha sonora das festas. Ali tocavam Fundo de Quintal, Zeca Pagodinho, Originais do Samba, Beth Carvalho, Clara Nunes, Almir Guineto, Martinho da Vila e assim a noite corria. Uma tia avó, chamada Cândida (Vó Dolinha para nós), g...

Djavan e Eles

Pétala - dia de celebrar o cantor e compositor muso deste blog e de muitos outros poetas e escritores Foto: Tati Valente Dia de Djavanear o que há de bom. Os leitores do Falando em Sol já estão cansados de saber o apreço que tenho pela obra do alagoano Djavan Caetano Vianna, e que todo ano, esta data aqui é celebrada em forma de palavras. O que posso fazer, se Djavan "invade e fim"? Para comemorar seu 76º aniversário, selecionei cinco momentos em que ele dividiu cena com outros nomes da música popular brasileira. O resultado: um oceano de beleza. Tudo começou aqui. Este foi o meu primeiro contato com Djavan e tenho a certeza que de toda uma geração que nasceu nos anos 1980. Ele é Superfantástico! Edgard Poças...obrigada por isso... Azul é linda, amo ouvir e cantar até cansar...  Com Gal e Djavan então...o céu não perde o azul nunca... Esse vídeo foi em um Som Brasil, no ano de 1994. Desculpem, posso até parecer monotemática, mas Amor de Índio é linda. Mais linda ainda com est...

Quinta da Saudade : A Trilha Sonora de Renascer

   Crush - Marcos Palmeira foi a capa do primeiro álbum da trilha sonora da novela de Benedito Ruy Barbosa Foto: Reprodução LP  Nem preciso dizer para vocês o quanto estou feliz. Ando desanimada com o rumo que a teledramaturgia vem tomando no país. Temos ótimos artistas e as novelas dos últimos tempos não prendem minha atenção. Sou noveleira assumida. Tanto que já -tá, podem rir ou me xingar a escolha é de vocês- deixei de sair de casa e já perdi paqueras por preferir assistir ao capítulo de uma novela. Vivi o romance dos personagens e deixei o meu pra outra menina viver. Mas desde segunda-feira este coração romântico bate com mais alegria após o Jornal Nacional: a minha novela xodó Renascer está de volta, depois de 20 anos. Era uma menina  entrando na adolescência quando me encantei pelo romance do "Coronelzinho" por Maria Santa. Leonardo Vieira e Patrícia França eram lindos de se ver em cena, e os atuais protagonistas Duda Santos e Humberto Carrão me mostraram ao s...