Profeta- cantor e compositor brasiliense retoma composição feita na adolescência, trazendo crítica social e reflexão em forma de rock
Foto: Bruno Guedes/@bgfotografia2020
Na porta da igreja um adolescente observa a movimentação. Ali em sua frente um morador de rua tentava abordar uma senhora muito bem trajada, saindo da missa. Ele lhe pediu algumas moedas e ela num ato de repulsa o ignorou completamente, fato que causou indignação no jovem de dezessete anos. Muitos anos depois essa história que aconteceu na capital do país se transformou em rock e pode ser ouvida no Spotify e no YouTube como "Profecia de Mendigo", do músico brasiliense Marcelino. A música é uma prévia de seu segundo álbum solo, "As Aventuras de Marcelino na Terra dos Poemas Perdidos", com previsão de lançamento para o início de 2025.
" Me causou muito espanto. Tratava-se de uma pessoa teoricamente cristã, que estava saindo de uma igreja, teria conversado com Deus ali há poucos minutos e ela simplesmente fingiu que não viu e ignorou o cara, achei uma coisa muito contraditória e aquilo me chamou muito a atenção. Corri pra casa e escrevi o poema direto, a letra toda sem rebuscar nada sem voltar a escrever nada e ficou por muitos anos guardado num caderno. Aí tempos depois, comecei a tocar, montei bandas e sou um cara extremamente autoral, não toco músicas de outros músicos, só toco minhas próprias músicas e aí quando comecei a aprender a tocar violão lembrei desta música, o instinto de compor me veio e ela é uma das músicas que fiz quando tinha dezoito, dezenove anos e até hoje ela é atual", lembra Marcelino.
Conhecido por todos como Marcelo Marcelino, o o cantor, compositor, poeta e andarilho do Jardim Ingá, cidade do Entorno do Distrito Federal, retoma a carreira com o lançamento do single gravado no estúdio ElectroSound, em Santos (SP), onde está acompanhado por André Pinguim (ex-Charlie Brown Jr.) na bateria e Thiago Alves no baixo.
O ex-vocalista e compositor das bandas brasilienses Sem Destino e Madrenegra, Marcelino traz em suas letras temáticas inteligentes e poéticas, numa viagem por temas universais como amor, liberdade, solidão, amizade e combate ao preconceito. As inspirações vêm de grandes nomes da música, principalmente Bob Dylan, Beatles, Raul Seixas, Renato Russo e Belchior. Sua carreira teve início na segunda metade dos anos 1990 como líder da Sem Destino, banda formada no Jardim Ingá. O quarteto lançou dois álbuns – "Sem Destino" (1998) e "Cem anos de Solidão" (2002) –, fez centenas de shows pelo país e tocou em importantes festivais, incluindo o Porão do Rock (2000) e o Rock In Rio (2001).
Após um tempo afastado dos palcos, ele "reencarnou" com a banda Madrenegra, pela qual lançou o EP "Quem Tem o Que Dizer Merece Ser Ouvido" (2014) e o álbum "Todo Sonhador é Viciado em Esperança" (2016), retornando ao Porão do Rock por duas vezes (2012 e 2014) e ainda se apresentando em outros eventos independentes como Palco do Rock na Bahia e River Rock em Santa Catarina.
"Em outubro de 2016 encerrei a Madrenegra e a vida me perguntou se eu ainda continuaria a fazer da música o meu caminho. Respondi compondo umas quarenta canções e já planejando o que seria a minha carreira solo", esclarece.
Em em outubro de 2017 saiu o primeiro disco individual, "Marcelo Marcelino", com 14 faixas, lançado à época também em formato físico. "Quanto mais eu encontro minha voz e a minha escrita, mais livre e jovem eu me sinto", conclui.
Pra sexta do dia do músico com rock e reflexão convido vocês para conhecer "Profecia de Mendigo".
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