Celebração - cantor e compositor traz para suas letras o amor como ato político e revolucionário
Foto: @savarisfotografia
30 de março de 1975, Vitória – Espírito Santo, 6h25 da manhã.
Nasceu um menino. Após uma infância com trilha sonora na juventude tinha como sonho ser jogador de futebol. Teve de recusar um convite para integrar o time do Vasco da Gama, e um ano após se recuperar de uma contusão , fez sua última partida contra o Flamengo quando percebeu que seu lugar de brilhar não seria no gramado, mas nos palcos. A bola, substituída pela música. E assim JrBocca iniciou sua carreira, tendo como mentores grandes nomes do reggae, além de Gil e Jorge Ben, levando para sua música uma mistura de groove, poesia e brasilidade. Desde então vem se apresentando nos palcos do Espírito Santo e levou sua arte para o AZGO Festival", em Moçambique, onde foi recebido com muito carinho. Esta experiência foi retratada em "Amor Semente", canção lançada ano passado, com uma sonoridade afro-brasileira que celebra o afeto, a fé e a resistência. Em fevereiro deste ano Este ano lançou "O Beijo é Revolução", um reggae com alma de samba que fala do amor como um ato político e transformador.
Entre ensaios e gravações JrBocca deu essa entrevista super especial para o Falando em Sol .
(Tatiana Valente)
FS- Quais suas primeiras lembranças musicais?
Minhas primeiras memórias musicais vêm de casa, na convivência com meu pai e meus irmãos. Eles ouviam muita música, e desde pequeno a música sempre foi base das festas, reuniões e confraternizações da minha família. Do regional ao rock’n roll, havia sempre um som tocando, criando trilhas para os momentos mais marcantes da minha infância no Espírito Santo.
F.S - Como foi que optou pela música?
Minha escolha pela música foi um processo de descobertas e decisões importantes. Primeiro, recebi um convite para jogar no Vasco da Gama, mas por questões familiares não pude aceitar. Cerca de um ano depois, após me recuperar de uma contusão, joguei um amistoso contra o Flamengo. Esse foi meu último jogo oficial. Ali, percebi de vez que minha vocação era a música. Desde então, segui meu caminho nos palcos, nos estúdios e nas estradas.
Minhas referências vão de Gilberto Gil, Djavan e Jorge Ben Jor a grandes nomes do reggae, do pop, do rock e dos ritmos afro-brasileiros. Sempre busquei um som que misturasse groove, poesia e brasilidade. Meu trabalho é uma fusão consciente, aberta ao mundo, mas com os pés fincados na cultura brasileira.
F.S - Como compositor, o que te inspira?
Minha inspiração vem da vida, das experiências do dia a dia, das pessoas que cruzam meu caminho e dos lugares por onde passo. Me inspiro em histórias reais, emoções humanas e também nas questões sociais e culturais que me cercam. Viajar e conhecer novas culturas tem sido combustível criativo constante.
F.S - Como surgiu o convite para se apresentar na África?
Minha primeira ida à África foi em 2023, por meio de um convite para participar do "AZGO Festival", em Moçambique. A partir dessa conexão, surgiram novas oportunidades e pude levar minha música também para Eswatini e África do Sul. Em 2024, retornei para uma temporada intensa durante o Carnaval, com mais de 20 apresentações em 40 dias.
F.S- O que você trouxe pra sua música da cultura africana? Como foi a receptividade do público?
A experiência africana me trouxe uma nova percepção de groove, ritmo e conexão com o público. Incorporar elementos de percussão e explorar mais a interação ao vivo foi algo que passei a valorizar ainda mais. A receptividade foi incrível! O público africano é expressivo, participativo e com uma energia contagiante. Foi uma troca cultural profunda que continua refletindo nas minhas novas músicas.
F.S - O que vem por aí de lançamento?
Estou finalizando a canção "Coisas da Vida", música inédita com participações. do Tecladista e compositor 'GUINU'. (Planet Hemp, Baco Exu do Blues, e Projeto Ladslau) e do Guitarrista Evandro Gracelli , nome importante da Musica Brasileia instrumental , além de ser um composição com base e parceria com Monosraduh Rodolfo Oliveira que atualmente vive na Holanda, tenho outras parcerias em andamento com ele de forma independente Neste fluxo, sigo com meu show "Reggae Violado", que já me levou duas vezes à África.
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