Acabei, com tudo. Escapei com vida..."
A força da voz de Maria Bethânia para a canção de Roberto e Erasmo anunciava a abertura da novela das oito, lançada pela Rede Globo no ano de 1993, estrelada por Giulia Gam e o crush da mulherada Edson Celulari (meu também). Foi um desafio para Aguinaldo Silva, o autor, já que esta trama viria para substituir a tão amada Renascer. Para isso o autor se inspirou no realismo fantástico de Lima Barreto e trouxe para sua novela obras que tinham como temática vingança, cobiça e muita política. Já me ganhou pelo galã - "aqueles olhos verdes..."- não, esta música não está na trilha (risos). Celulari interpretou Feliciano Junior, que volta à cidade de Tubiacanga para vingar a morte do pai, ex-prefeito da cidade que foi morto junto da esposa ao ser traído por seu assessor. Anos mais tarde, com o nome Raimundo Flamel, voltava à cidade, como um misterioso alquimista, e jurava a todos, principalmente ao ambicioso grupo político que conseguia transformar tudo em ouro. Mas, como em toda boa trama o destino pregava uma peça traiçoeira e o jovem se apaixonou por Linda Inês, filha do seu maior alvo: o atual prefeito Demóstenes, ex- assessor de seu pai.
Trama perfeita para quem já era fã da dupla Edson e Giulia, em "Que Rei Sou Eu", e a trilha da novela ganhou dois LPs. No primeiro com as músicas "Rio de Janeiro", com João Bosco; "Flor de Ir Embora", Fátima Guedes; "Mon Amour", tema de Rubra Rosa; "Noites com Sol" por Flávio Venturini; "Al Di Lá" por Emilio Pericoli; "Corrupião" por Edu Lobo; "Sangue Latino" por Renata Arruda; "Rosa", Marisa Monte; "Sensual", Zé Ramalho; "Corpo e Luz", Ithamara Koorax; "Pálida" por Vânia Bastos e "Um dia, Uma música", no sax maravilhoso de Léo Gandelman.
Mas como toda boa trama a novela chamava atenção pelos personagens coadjuvantes repletos de elementos do realismo fantástico de Barreto. O vilão vivido por Wilker tinha um caso com Rubra Rosa (vivida por Suzana Vieira) e as tórridas cenas de amor inflamavam a cidade. Camila, vivida por Cláudia Ohana entrava em um sono profundo e dormia por anos. O coveiro Orestes -Cláudio Marzo, o eterno "véio" do rio- fofocava com os mortos sabia de todos os segredos das famílias tubiacanguenses.
Com tantos personagens, o segundo álbum de trilha sonora, desta vez com Luiza Tomé na Capa trazia como temas : uma versão de "Always on My Mind" com Zezé/ Luciano e Willie Nelson ; "Cobra de Chifre" música de Paulinho Lima por Amelinha; "Irmandade", Maria Ceiça; "Ao Peta/ Primavera/ Deixa/ Marcha da Quarta-Feira de Cinzas , na voz de Leila Pinheiro; "Velho Chorinho Novo" por Aécio Flávio; "Outra Noite" por Chico Buarque; "Você é Linda", de Caetano (ele fez pra mim, se conformem risos); "Minueto", por Celso Adolfo; "Garotos II - O Outro lado " por Leoni; "Ao Watanabe" por César Machado e "Na Cadência do Samba", Waldir Calmon.
Tinha ainda a minha escolhida para dividir com vocês na quinta da saudade. "Pessoa", de Dalto e Cláudio Rabello interpretada pela aniversariante de ontem Marina Lima, era tema do casal Isoldinha e Fabrício. Era a estreia de Murilo Benício, conquistando de vez o coração da mulherada. Num #tbt divido com vocês um trecho da música que amo cantar , gravada num dia desses por mim.
P.S: não reparem no cabelo totalmente descabelado.
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