" Não me convidaram para esta festa pobre..."
Não estou falando da festa da Selma. Nesta, quem foi, e participou da confusão, agora pede "anistia". Acho que não entenderam a gravidade do que fizeram. E não foi só passar batom e gloss da MAC nas estátuas públicas em Brasília. Pra refrescar a memória dos leitores do blog, e lembrar algumas das aberrações, basta clicar aqui ...
No fim deste texto, publicado em 2023, falei do líder da "revolução", que fugia do país, enquanto seus seguidores destruíam bens públicos. Cá entre nós, adoraria saber como os historiadores chamarão essa revolução nos livros em alguns anos: teremos a Sabinada, a Balaiada, a Guerra dos Farrapos e... Gadaiada ou a Revolta do Agro? rs...
Qualquer semelhança do "Rei" - dos que hoje pedem anistia- com o personagem Marco Aurélio de "Vale Tudo" seria apenas uma mera coincidência, muito embora diferente do vilão da ficção, este já está vendo o retorno de seus atos.
E por falar nisso, a novela está terá seu remake, desta vez com Thaís Araújo como a protagonista Raquel. Vibro vendo mulheres pretas com papel de protagonistas nas novelas. Lugar que lhes é de direito desde Ruth de Souza, primeira atriz brasileira indicada a um prêmio internacional. Voltando ao enredo da trama, " Vale Tudo", novela de Gilberto Braga, foi exibida pela Rede Globo de 1988 a 1989, num período em que o país acabava de sair de anos de ditadura militar (e quase caiu num golpe de novo).
Teve como protagonistas Beatriz Segall, Regina Duarte, Antônio Fagundes e Glória Pires. A trama era sobre a saga de Raquel, uma mulher sonhadora e simples que teve a casa vendida- sem seu conhecimento - pela filha mal caráter, a ambiciosa Maria de Fátima, que se mudava para o Rio de Janeiro para "crescer na vida". Raquel vai atrás da filha e para sobreviver vende ia sanduíches na praia, mas com o trabalho árduo e apoio de amigos consegue se tornar dona de uma rede de restaurantes. Conhece Ivan (o guapo Fagundes), por quem se apaixona. Ele, funcionário da poderosa e má Odete Roitman que deseja que o bonitão se case com sua filha, a problemática Heleninha que por sua vez foi casada com Marco Aurélio, funcionário de Odete que enriquece desviando verbas da empresa. Odete causou tanto ao longo da história que foi assassinada e por meses o país se perguntava "quem matou Odete Roitman?".
Tudo isso com uma trilha sonora maravilhosa que no álbum nacional- eu tenho até hoje- trazia: o tema de abertura "Brasil" com Gal Costa; para as cenas do Rio, "Terra Dourada" (João Bosco). O núcleo pobre tinha como tema "É", por Gonzaguinha, enquanto o núcleo rico tinha como trilha "Sem Destino", por Léo Gandelman. A vilã Maria de Fátima tinha como tema "Pense e Dance" (Barão Vermelho) e seu amante o gigolô César aparecia ao som de Besame (na pela voz de Jane Duboc). Tão forte e emocionante como a interpretação de Renata Sorrah para Heleninha, " Todo Sentimento" ganhou mais beleza ainda na voz de Verônica Sabino. O jovem Thiago, filho de Helena, tinha como tema "Um mundo só para nós", seu tio Afonso Roitman surgia ao som de " A Sombra da Partida" por Ritchie. Sua namorada, a jornalista Solange chorava ao som de "Faz parte do meu Show", com Cazuza. A assassina de Odete na primeira versão era Leila, que tinha como trilha "Pontos Cardeais' de Ivan Lins. A protagonista Raquel batalhava sol a sol com a trilha "Isso aqui oque é", de Ary Barroso interpretada graciosamente por Caetano Veloso. O galã Ivan Fagundes ganhou "Penso Nisso Amanhã", composição de Nico Rezende e Paulinho Lima.
Hoje, minha Quinta da Saudade vai lembrar da música tema do casal Raquel e Ivan, e prestar uma pequena homenagem para a abelha rainha que completou 60 anos de carreira na semana passada. Maria Betânia deu vida e voz à "Tá Combinado", lançada em 1988 no álbum Maria, composição do mano Caetano.
Por falar em Caetano, ontem ele postou um vídeo em seu Instagram dizendo achar linda a letra de uma de suas canções. Qual letra de Caetano não é linda?
P.S: Caetano me usa, quero ser sua musa (Paula, com todo respeito) rs
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