Pular para o conteúdo principal

Terça da Resenha - Tempo Rei: aula de cidadania e cultura



Atemporal - O Rei de todos os tempos sob o olhar atento de seus súditos no show realizado no ultimo dia 11 de abril no Allianz Park
Fotos: Renata Souza


 

" Estive presente ao show de Gilberto Gil no dia 11 de abril deste ano, e trago a vocês, leitores do Falando em Sol, as minhas impressões. Todos diriam que foi um espetáculo memorável, cheio de hits, emocionante, mas tenho a obrigação de deixar aqui registrado que o show realmente apresentou todas essas características. Gostaria de acrescentar ainda que o show foi muito além do que essas impressões imediatas, foi, de fato uma aula de história brasileira. 

Principalmente  quando abordou o período de  ditadura militar ocorrida em nosso país há alguns anos atrás. Da plateia temos a verdadeira  impressão de uma conversa com um avô, tio, pai ou irmão mais velho  de nome Gilberto Gil, no alto de sua mais completa sabedoria. Enquanto apresenta suas músicas memoráveis promove uma conversa com o público explicando sua inspiração, e  suas parcerias durante a elaboração de suas letras e músicas.

 Outra impressão muito marcante que tive durante a apresentação do nosso mestre é que os brasileiros, principalmente os estudantes deveriam estudar as letras das composições de Gilberto Gil Caetano Veloso, Milton Nascimento, Chico Buarque  assim como são estudados as obras literárias de Machado de Assis ,Castro Alves, Clarice Lispector, Graciliano Ramos entre outros. 

Tenho a dizer que que este show não é apenas uma despedida mas sim um grande alerta para a cultura brasileira de que nossos ídolos estão envelhecendo, nossos ídolos estão se aposentando, mas a nossa cultura não pode e não deve se aposentar com eles. 

O Brasil necessita urgentemente valorizar a cultura que é produzida diariamente e divinamente neste país, tal como o pão nosso de todo dia . Obrigada mestre Gilberto Gil pela música pela noite pela história pela aula."






Renata de Barros Souza tem 44 anos, é Professora de Educação Infantil. alimentada pela música desde pequena. Foi integrante do Coral da Universidade de Mogi das Cruzes, ama cantar ( como podem ver na foto tirada no Teatro Musical anos 80). É PCD e traz aqui para vocês aqui resenhas de como a acessibilidade é tratada em casas de cultura.
* Foi com ela que aprendi que cantar é necessidade da alma. 


Comentários

  1. Infelizmente, estamos ficando órfãos de gênios icônicos como o Gilberto dentre tantos outros. Precisamos incarecidamente de novos ídolos para celebrar a cultura brasileira que é a mais rica do mundo.

    ResponderExcluir
  2. Disse tudo Renatinha!!! A música brasileira , essa aí que vc fez poema, deve permanecer e eu venho vendo cantores novos , mesmo que sem a potência das nossa lendas, trazendo elas de vez em quando… é preciso que a humanidade volte a ver o belo a história e a melodia novamente!!🌷❤️

    ResponderExcluir
  3. Mto esclarecedor seus apontamentos , parabéns !!! Sandra

    ResponderExcluir
  4. Mais uma vez, querida RENATA, você transmite em sua análise e palavras, sentimentos de vários outros brasileiros (as) como VOCÊ, que desde sempre, ampliou seu conhecimento e cultura, por meio da música. GIL e tantos outros que você citou, só vieram agregar valores para o nosso País. E pagaram “caro” por carregar suas bandeiras e seus ideais. Contudo deixaram um belo legado quê geração como a sua, e outras que virão, poderão seguir ♥️ Parabéns!! Prima querida ♥️

    ResponderExcluir
  5. Querida amiga Renata. Sua amiga Joelma escrevendo por aqui. Preciso dizer que, obviamente, seu texto deixou-me inspirada a assistir esse show maravilhoso. A leveza e objetividade trazida em suas palavras ativou o meu sinal de alerta: além de trabalhar, quais momentos culturais estou proporcionando para minha mente? Amo as artes e suas manifestações em especial a dança e a música, minhas paixões também. Confesso que sendo PCD como você às vezes me limito a presenciar obras de arte como esse show maravilhoso de nosso querido Gil, até porque sabemos que em matéria de acessibilidade, o Brasil ainda tem muito que se aprimorar. Mas, definitivamente, me privar de momentos riquíssimos para o corpo e para alma não é uma opção. Parabéns pela linda resenha e homenagem ao nosso artista e por me lembrar o quão importante é a presença da cultura para nossa vida.

    ResponderExcluir
  6. uau. Renata sempre assertiva nas suas escritas. Parabéns

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Djavan e Eles

Pétala - dia de celebrar o cantor e compositor muso deste blog e de muitos outros poetas e escritores Foto: Tati Valente Dia de Djavanear o que há de bom. Os leitores do Falando em Sol já estão cansados de saber o apreço que tenho pela obra do alagoano Djavan Caetano Vianna, e que todo ano, esta data aqui é celebrada em forma de palavras. O que posso fazer, se Djavan "invade e fim"? Para comemorar seu 76º aniversário, selecionei cinco momentos em que ele dividiu cena com outros nomes da música popular brasileira. O resultado: um oceano de beleza. Tudo começou aqui. Este foi o meu primeiro contato com Djavan e tenho a certeza que de toda uma geração que nasceu nos anos 1980. Ele é Superfantástico! Edgard Poças...obrigada por isso... Azul é linda, amo ouvir e cantar até cansar...  Com Gal e Djavan então...o céu não perde o azul nunca... Esse vídeo foi em um Som Brasil, no ano de 1994. Desculpem, posso até parecer monotemática, mas Amor de Índio é linda. Mais linda ainda com est...

Bituca é Nosso!

Cara Academia do Grammy. Fica aqui nossa indignação pela forma como nosso Milton Nascimento foi recebido no evento de ontem. Sem mais, Tatiana Valente, editora responsável pelo Falando Em Sol.  

Quinta da Saudade : Barracão de Zinco

Véspera de Natal e dia da famosa quinta da saudade. E a data esse ano pede (deveria pedir sempre) reflexões sobre nossas atitudes e o que podemos fazer para melhorar, evoluir. Especialmente num ano de tantas perdas, em que muitas vezes tivemos de abrir mão de estar com quem amamos para preservá-los.  E Natal para mim, desde a infância teve uma atmosfera mágica : desde o decorar a casa, até acreditar no Papai Noel e esperar pela meia-noite sempre foi muito aguardado, e ainda é. Mas o papo aqui é música, e vou contar a história de uma serenata que me lembro ter participado ainda criança (década de 80)  lá no bairro do Embaú, em Cachoeira Paulista, no Vale do Paraíba. Todos os anos nos reuníamos entre familiares e amigos e o samba era o ritmo que fazia a trilha sonora das festas. Ali tocavam Fundo de Quintal, Zeca Pagodinho, Originais do Samba, Beth Carvalho, Clara Nunes, Almir Guineto, Martinho da Vila e assim a noite corria. Uma tia avó, chamada Cândida (Vó Dolinha para nós), g...