Dia do artista - álbum de Lulu que celebra a arte com um auxílio mais que luxuoso
Foto: Tatiana Valente
Essas "trends" de redes sociais são engraçadas.
Um começa e a boiada vai atrás. Confesso que não fui na do morango do amor porque tenho medo de quebrar meus dentes, preferi não abusar da sorte. Mas, numa delas caí que nem uma pata: pergunte ao Chat GPT qual é sua benção. Ele me respondeu: "Sua expressividade vibrante e autêntica. Sua energia criativa parece se manifestar com liberdade. Se fosse nomear essa benção eu a chamaria de A Graça da Presença Cênica". Ri muito. Esse bicho é do mal. Se bem que tento na dança, ou na escrita expressar ao máximo tudo que sinto aqui dentro. E no canto também é assim. Mas são horas, dias, meses de dedicação para apresentar ,às vezes , alguns minutos da arte que tento fazer. Pagamento: os aplausos e depoimentos de quem se diz tocado pelo que lhes foi apresentado. No Falando em Sol não tenho patrocínio, muito menos cobro pelos textos que escrevo. Faço por amor. Amor à Arte.
E este era o nome do LP ao vivo gravado por Lulu Santos no antigo Olympia nos dias 26,27 e 28 de agosto de 1988 (amanhã completa 37 anos). Para esses shows contou com a banda Auxílio Luxuoso, formada por Marcelo Costa (bateria); Marcos Amma (percussão); Sacha Amback (teclados); Décio Crispim (baixo); Paul de Castro (guitarra e violino) e Milton Guedes (Sax e harmônica). Com direção artística de Miguel Plopschi tem como música de abertura a instrumental "Mojo", um blues delicioso, que anuncia a chegada da guitarra de Lulu, num resumo de que dali por diante aquele palco iria ferver. Logo em seguida " Dinossauros do Rock", parceria de Lulu e Nelsinho, cantava que os percussores do estilo deixaram rastros para que as novas gerações os sigam, servindo de combustível para alimentar a chama do bom e velho rock'n'roll. Surpreendentemente a música seguinte é "Não Identificado" de Caetano, que ganhou um saxofone a conduzindo de maneira natural para a introdução de "Um certo Alguém" (Lulu/Bastos). Dali para "Último Romântico" (Lulu/ Antônio Cícero/ Sergio Souza) e depois, o instrumento de sopro nos tirava para dançar com a animadíssima "Lei da Selva (Lulu Santos).
Nota da editora : Lulu, meu amor. Quando falo que senti falta de um instrumento de sopro no show de sua última turnê, foi pontuando essa passagem que eles fazem para as canções. É como se a gente nem sentisse mudar a música, um fio condutor, uma viagem sem escalas, sacou?
Além do blues, motivo pelo qual começou tocar, nesse álbum o artista voltava no tempo. Talvez naquele menino que tocava numa banda cover dos Beatles chamada "Cave Man", e faz uma releitura emocionante de "You've Got to hide your love away" ( Paul/ John), logo em seguida trazia sua versão de Here Comes the Sun (Harrison), canção sobre a qual já falei aqui. "Tudo bem", dava indícios de que o show se encaminhava para o fim. Creio que hoje, com as novas convenções, "NY POPOYA E PAPA" seria cancelada. Mas, confesso que acho a música o maior barato, cantei muito (risos). Para celebrar o amor livre vinha "Toda forma de amor" e uma vinheta de Asa Branca (Luiz Gonzaga/ Humberto Teixeira ) encerrava com chave de ouro o álbum que celebrava todo o amor de Luiz Maurício pela arte.
Pra começar a semana com o astral lá em cima divido com vocês -nessa minha saga musical- "Lei da Selva", que pra mim fala muito do que todo artista passa "rala mas não quebra".
Viva a arte, Viva o artista!
P.S: Lulu... o que quer dizer "ije iô, izemba bilá iê iô? Coloca esta música no próximo show? Quero te mostrar a minha benção da Expressividade vibrante. Te garanto que nunca mais será o mesmo... (risos).
Comentários
Postar um comentário