A Banda Que Nunca Existiu (ABQNE) lançou no dia 19 de novembro o EP "O Outro Novo Eu na Sala de Estar", disponível nas plataformas digitais com distribuição da Tratore . A obra inaugura o capítulo zero de um projeto que envolve cinco álbuns, nos quais a dupla Humberto Lyra e Luiz Pissutto interpreta composições autorais em uma narrativa que se aproxima de uma ópera rock psicodélica.
O novo trabalho é apresentado pelos artistas como uma viagem pelas sensações humanas em oposição ao ritmo acelerado da vida contemporânea. Segundo LP, a proposta do EP surge como uma pausa necessária. Ele afirma que a obra não busca atender a lógica dos algoritmos, mas falar diretamente ao ouvinte. Para o compositor, desacelerar também pode ser um gesto de liberdade.
A canção que dá origem ao EP começou a ser criada em 2015, durante um encontro entre HL e LP, e foi sendo modificada ao longo dos anos até ganhar forma definitiva com a chegada do produtor Alexandre Fontanetti. Além de assinar a produção musical e técnica, Fontanetti também toca violão na gravação.
O EP reúne ainda Paulo Zinner na bateria, Edu Gomes na guitarra, Adriano Magoo no piano e baixo, além dos vocais da própria ABQNE. O trabalho conta também com a participação de Zeca Baleiro, responsável pelo assovio que encerra a faixa com um toque simbólico e poético.
Com uma sonoridade que mistura poesia, psicodelia e rock, o EP explora camadas que remetem a um mantra sobre transformação e renascimento. A letra destaca a presença de um novo eu que surge no espaço íntimo, simbolizando o momento em que antigas versões se despedem e novas identidades se revelam. Para HL, a obra funciona como um mapa sonoro para quem se sente desconectado de si mesmo. O artista descreve o EP como um espelho sensível, no qual os silêncios revelam tanto quanto as palavras.
A faixa principal, com oito minutos de duração, é dividida em três atos: Intro ao Novo Eu, O Outro Novo Eu (em edição de rádio) e A Sala de Estar do Novo Outro Eu. Sem o uso de sons pré-gravados, a obra busca reconectar o público à estética analógica. O primeiro ato representa um mergulho interior, marcado pelo contraste entre o mundo interno e as influências externas. O segundo cria o momento de afirmação do eu, guiado pelo violão de Fontanetti, pelo piano de Magoo, pela bateria de Zinner, pelo baixo e pela guitarra de Edu Gomes. O último ato conduz o ouvinte a uma travessia calma em direção à própria essência, conduzida pelo piano e pelo assovio de Zeca Baleiro.
Complementando o lançamento, a ABQNE preparou um vídeo conceitual dirigido por Fábio Farello. A produção visual traduz o encontro com o próprio eu, ampliando a jornada proposta pelo EP e reforçando o caráter manifesto da obra, que investiga transformação,
identidade e a busca por liberdade diante das pressões digitais.

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