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Sandra Vianna leva Cunhã para os palcos de Mogi das Cruzes

 


MensageiraSandra Vianna canta e dança o respeito e a paz em shows do repertório ‘Cunhã’
                                                        Foto: Mauricio Noro

Reflexivo, brasileiro, necessário. ‘Cunhã’, o álbum de Sandra Vianna, é resultado de uma vida inteira de diferentes experiências. Fruto da pandemia e lançado em 2022, o repertório ganha, dois anos depois, novos ares, significados e palcos. Agora entre março e abril, com recursos do Programa de Fomento à Arte e Cultura de Mogi das Cruzes (Profac), será atração gratuita em diferentes endereços.Serão três apresentações, sendo a primeira amanhã, às 15 hora , na Escola Municipal de Educação Especial (Emesp) “Profª Jovita Franco Arouche”, na rua José de Carlo, 85, na Vila Lavínia, em Mogi.

"Estou ansiosa pra ouvir o "Coral das Estrelas" cantando comigo! A EMESP é um ambiente mais tranquilo, exatamente por ser de educação especial, uma interação diferente até então, que tenho muita honra em absorver. Será dia de trocas e muito aprendizado, não tenho dúvidas. No show do dia 24, na acadêmicos da Fiel, já é mais solto, e teremos por lá, a @Colmeiacolorida em parceria com @trabalhadores de gaia, com a cerveja "Cunhã", curiosamente feita com a flor que leva esse nome, tendo o nome científico de Clitória Ternátea, se não me engano", diz a cantora e compositora.

Para explicar o que o público ouvirá nos shows de Cunhã é  preciso voltar no tempo. Especificamente para o ano de  2000,  no qual Sandra Vianna teve vivências na aldeia do Rio Silveira, na divisa entre Bertioga e São Sebastião. Era o primeiro contato que a artista teve com os povos originários, o que a ajudou a se colocar no mundo, a se entender e a se conhecer e acolher. De lá para cá, ela cantou na noite, gravou um primeiro disco, se lançou como produtora cultural, se descobriu gestora. ‘Cunhã’ precisava de todas essas experiências para florescer. “É um compilado de sentimentos em formato de canções”, explica a cantora.

 Uma das faixas é ‘Irũ’, que vem da abreviação da palavra tupi-guarani “Atairũ”, que significa “companheiro de percurso na nossa Nave Mãe Terra”. Outra é ‘Filha de Uma Maria’, composta como um desabafo, uma libertação.

“É a resposta a uma música que ouvi durante uma tarde toda nos ensaios dos meus vizinhos músicos, quando morava no litoral. O refrão ‘Maria ria, Maria aria, Maria o fogão tá te esperando…’ me agrediu a noite toda”, relembra Sandra Vianna, com um sorriso no canto do rosto. O sorriso de quem devolveu, no dia seguinte, com os versos “É filha de uma Maria, levanta a cabeça e vai”.

E tem outras histórias, como ‘Roma’, composta por Léo Nogueira e Clarisse Grova, que nas palavras de Sandra Vianna é “o tapa na fuça do peão”; ‘Bacante’; ‘Mágica do Tempo’ e ‘A Música’, composta em parceria com Roberta Campos e que recentemente ganhou nova versão na voz do cantor Brenô. Até chegar à ‘Floresta em Pé e Fascismo no Chão’, “que diz tudo nesse momento de grande alterações climáticas”, tem ainda ‘Índia Lua’, canção de Antonio Pereira de Manaus; ‘Empatia’, de Rui Ponciano e Dani Dias; e ‘Oração do Artista’, de Khalil Magno, que cita diversas personalidades das artes de Mogi das Cruzes.

“Além das canções de ‘Cunhã’, cantarei uma inédita, letra minha musicada por André Melo. É ‘Yabás’, que faz referência à ancestralidade a ao empoderamento feminino, onde no refrão falo das Yabás: Oxum, Iemanjá, Iansã, Nanã, Obá e Ewá”, conta Sandra Vianna, sobre a novidade do repertório, gravada inicialmente para o disco de Flávia Caruso, atualmente em fase de finalização no Estúdio Municipal de Áudio e Música de Mogi das Cruzes (Emam).

Tudo isso será apresentado ao público com a participação da também cantora Valéria Custódio; com os violões, voz e percussão de Flavia Caruso; e com interpretação em Libras de Ana Paula Peres. Já nos bastidores, a produção executiva é de Deizy Mano; a produção de campo de Carla Pozo; o marketing e social media de Luna Nakano; e a contabilidade de Débora Ribeiro. Já a técnica de som é com Léo Zerrah; o audiovisual é com Mauricio Noro e João Correa, da produtora Salada de Frutas; e a iluminação com Thiago Cardoso.


Serviço

Shows ‘Cunhã’ Sandra Vianna

Datas e locais : 15/03 (amanhã) - 15 horas - Escola Municipal de Educação Especial (Emesp) “Profª Jovita Franco Arouche” - Rua José de Carlo, 85 - Vila Lavínia

24/03 - 17 horas - Acadêmicos da Fiel - Rua Padre Dr. Marcílio S. R. de Melo, 119 - Rodeio

12/04 - 19 horas - Centro Cultural de Mogi das Cruzes - Praça Monsenhor Roque Pinto de Barros, 360

Gratuito, com classificação indicativa livre e sem necessidade de retirada de ingressos

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