Tem dias que o existir ganha um peso tão grande que a gente sente que tudo está desabando. A descrença, a falta de esperança de que tudo pode melhorar nos deixa em estado de tristeza profunda.Sonhar é preciso e maravilhoso, mas a urgência do dia a dia, das contas a pagar e dura realidade, muitas vezes nos faz questionar se estamos no caminho certo. A vida daqueles que vivem da arte é assim, cheia de altos e baixos, o que os leva muitas vezes a entrar em um estado depressivo. Mas eis que a música como uma fada mensageira surge, com seu alento, trazendo um norte de esperança e conforto, e pega aqueles que a ouve no colo, e os tira para dançar. O artista, tocado por ela, recebe a cura se tornando um canal de transmissão da mensagem que pode chegar no outro, e mostrar que sim, apesar de todas as dificuldades, vale a pena sonhar . Foi assim que nasceu Acalanto, música da cantora e compositora Thais Mello, que estreou em todas as plataformas com o videoclipe no dia 25 de abril.
"Ano passado não foi um ano bom. Foi um ano de muitas mudanças e perrengues. Desde que eu comecei a fazer música autoral, os eventos caíram e na época, algumas pessoas se afastaram de mim. Eu tive uma depressão bem grande no começo do ano passado. Meu distúrbio de imagem tinha piorado consideravelmente, e eu estava cogitando até parar de cantar. A gente que é artista, sem perceber, muitas vezes caça a frustração. E a rede social não ajuda, parece que todo mundo está se dando melhor que você, o que é mentira. Estou aprendendo que a vida é o meio, não é em cima e nem embaixo. É lindo o glamour de cantar no Blue Note, de ter fila de espera para tirarem fotos comigo, é lindo ir fazer show e ser 'venerada'. Mas, a vida real é a pia cheia de louça, e que bom que essa é a vida. Ela também não é o choro dos boletos, ela não é a falta de inspiração que bate e nem a ansiedade de estar ficando pra trás. A vida é o cotidiano e a rotina normal. E como toda música, 'Acalanto' chegou um dia pra mim. Como se fosse uma canção de ninar só que para adulto", lembra Thais que imediatamente a mostrou para a irmã, a bailarina e coreógrafa Carol Prado .A irmã e e grande apoiadora da compositora vislumbrou na música uma história a ser contada em forma de videoclipe.
"Desde o começo da composição de Acalanto, já sabia que, mais uma vez, seria uma música com uma história muito bonita pra contar. Eu inclusive demorei algum tempo para conseguir ouvir essa música sem cair no choro (risos). As ideias para o clipe vieram e foram embora diversas vezes e foi somente ao ver uma imagem de várias mulheres deitadas por entre flores que entendemos como Acalanto seria traduzido para a tela", conta Carol, diretora do clipe.
O videoclipe traz de forma muito delicada e emocionante a participação de mulheres, unidas, simbolizando a sororidade. Foram amigas, pessoas próximas de Thais que no momento em que precisou de apoio de aproximaram dela, com palavras de conforto e ouvidos de escuta. A direção de fotografia é de Valter Mello e os assistentes de direção Valdir Mello e Gabriel Manussakis. A fotografia é de Jessy Bueno.
" No clipe, as flores representam palavras de apoio, segurança e carinho. Assim como na música essas palavras nascem da Thais e aos poucos elas vão tocando outras pessoas que, no clipe, foram representadas por amigas importantes e essenciais na vida dela. Por isso a escolha de começar o clipe num close e, na medida que ele se desenrolam as imagens ficam mais amplas , mostrando o alcance das palavras da Thais", explica a diretora.
E as palavras da canção ganharam ainda arranjos tão delicados quanto a mensagem de conforto da canção. Produzida pelo competentíssimo Luiz Cunha, conta com a sensibilidade do piano de Rubinho, do banjo de Gigito e o violino de Diego Guerino, a canção abraça aqueles que a ouvem.
" Levei a música para Luiz e mostrei algumas referências, acabei chamando o Guerino, que já é meu violinista e é fantástico. Aí, Luizinho quis o piano e disse que, como era 'simples' e ditaria toda a música , teria de ser um pianista excepcional. A excelência de fazer algo para deixar que os outros instrumentos brilhem, na hora pensei no Rubinho. O conheci na Blues Jam do Bourbon, e da primeira vez que o vi no piano quase chorei, não sei nem descrever. Enquanto fomos buscar o banjo e cheguei no Gigito em Salvador, ele é um monstro, queria roubar ele para São Paulo e fazer uma banda de folk ou bluegrass só para ouvir ele tocar", conta Thais.
O resultado divido com vocês hoje aqui no Falando em Sol. Que Acalanto os abrace como fez com esta que vos escreve.
Linda a matéria, querida! Muito obrigada!
ResponderExcluirGalpão... VAMOS NÓS !!!
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